segunda-feira, 25 de abril de 2011

DEM quer vaga no governo Alckmin


Da Folha

DEM ameaça romper com tucanos de SP em 2012

Partido aproveita crise no PSDB para pressionar Alckmin por espaço

Democratas querem comando da Secretaria de Desenvolvimento, mas governador resiste

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO


Ciente da crise que assola o PSDB paulistano, o DEM colocou em xeque a aliança com os tucanos nas eleições de 2012 para pressionar o governador Geraldo Alckmin a abrir espaços à legenda na administração estadual.

Dirigentes do partido reivindicam participação no governo desde março, quando o vice-governador Guilherme Afif Domingos anunciou que deixaria o DEM para fundar um novo partido, o PSD, ao lado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

A pressão foi ampliada na última semana, quando 6 dos 13 vereadores do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo deixaram a legenda.

Todos os dissidentes são aliados de Kassab desde 2008, quando o prefeito conseguiu a reeleição e derrotou Alckmin com o apoio de José Serra e parte do PSDB.

Pelo menos dois dos vereadores que deixaram o PSDB se filiarão ao PSD. Os outros deverão migrar para siglas que compõem o arco de alianças do prefeito.

Kassab pretende contar com o apoio de partidos como o PV e o PPS nas próximas eleições.

Essa articulação restringe o número de legendas a que o PSDB poderá se aliar para a eleição municipal.

Aproveitando-se desse cenário, o DEM deixou claro para Alckmin que o sucesso da negociação dos espaços na administração paulista será determinante para garantir uma parceria em 2012.

REPRESENTANTE

O DEM já definiu que o deputado federal Rodrigo Garcia será o representante do partido para o governo paulista. O Palácio dos Bandeirantes aceitou o nome.

Falta consenso, no entanto, sobre qual será a pasta que o partido comandará.

A legenda articula herdar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, hoje nas mãos de Afif Domingos.

Por conta da aliança com Kassab, ele deverá perder a chefia da pasta.

Mas o governador considera que a secretaria concentra projetos prioritários e, por isso, deve ficar fora de possíveis disputas políticas.

O Via Rápida para o Emprego, por exemplo, carro-chefe da estratégia de Alckmin para alavancar a formação profissional no Estado, é coordenado pela pasta.

Diante disso, o tucano ofereceu ao DEM o comando da Secretaria de Agricultura. O comando da sigla, no entanto, só cogita aceitar a pasta se ela receber um aporte de programas e recursos.

Alguns projetos saíram do guarda-chuva da Agricultura, como o programa assistencial Viva Leite, que passou para a Secretaria de Desenvolvimento Social.

O governador Alckmin espera resolver o impasse com o DEM até o fim dessa semana. Tão logo chegue a um acordo com a legenda, Afif Domingos deverá ser afastado da secretaria.

No Palácio dos Bandeirantes, sua queda é considerada uma "unanimidade".

Blog do Luis Nassif

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