sábado, 30 de abril de 2011
Arenização do PSDB
Numa carta publicada esta semana na forma de artigo pela Folha de S.Paulo (leia a íntegra), os seis vereadores paulistanos que deixaram o PSDB atribuem a saída ao fato dos tucanos terem destruído as concepções originais que levaram à fundação do partido e deste estar sofrendo um processo de "arenização" - uma referência à ARENA, o partido de sustentação da ditadura militar (leiam, também, o post abaixo).
No documento, as ex-lideranças tucanas paulistanas dizem que o PSDB mudou e acusam o partido de adotar "caminhos que abominava e considerava nocivos ao país". Perde a credibilidade como defensor da democracia – já que nem sequer consegue praticá-la dentro de casa – e do debate político, visto que sugere resolver divergências de seus parlamentares "a peixeiradas".
Os seis se detêm, ainda, nas explicações sobre a richa com a facção tucana (do governador Alckmin) contrária a eles: "A crise que culminou com o afastamento de metade da bancada de vereadores de São Paulo começa em uma mistificação formulada em 2008 por uma facção do PSDB, que acreditava que o mais importante era uma candidatura própria (mal) sustentada por um programa elaborado pelo marqueteiro de plantão".
Um documento contra a facção tucana de Alckmin
Em 2008, a despeito do veto do então governador José Serra, Alckmin saiu candidato a prefeito de São Paulo e foi derrotado pelo prefeito Gilberto Kassab, reeleito com o apoio de Serra. Para os vereadores, se naquele ano o partido "tivesse sido capaz de aprofundar o debate interno, a unidade partidária fundada em princípios teria sido restaurada".
Não foi, conclui o documento e vejam só: "sem disfarces, [e com] uma postura de vingança" esta facção "em recente reunião do diretório municipal, chegou a pregar ameaças de violência física contra seus oponentes". A carta é encerrada com a denúncia da existência de espírito belicoso e de revanche no seio tucano.
"A substituição do debate político pelo facciosismo pessoal leva à pura intransigência (...) Que efeito esse conjunto de coisas terá sobre o cidadão-eleitor, a quem cabe legitimar os princípios que regem nossas ações? Engana-se quem acredita que a frágil cantilena de belas palavras será capaz de seduzir a todos e impor uma embriaguez coletiva", perguntam e advertem os autores da carta.
Como vocês podem ver, uma crítica e tanto...
Blog do Zé Dirceu
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