terça-feira, 26 de abril de 2011
Os nomes do PT para 2012 em São Paulo
Do Valor
Haddad intensifica agenda em SP
Paulo de Tarso Lyra | De Brasília
26/04/2011
A entrada oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no debate para definir o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo pode impulsionar o nome do ministro da Educação, Fernando Haddad. Haddad está sendo pressionado por aliados do ex-presidente na legenda a se candidatar, mas sabe que enfrenta resistências no partido. Reclama a amigos que sempre que se aventura em uma agenda política - como a realizada há duas semanas na Assembleia Legislativa de São Paulo - torna-se alvo de críticas de petistas que não querem ver seu nome na disputa.
A grande ameaça aos planos de Lula e Haddad é a senadora Marta Suplicy. Ela controla o diretório municipal de São Paulo. "Se a Marta resolver candidatar-se, acabou. A vitória dela na convenção será avassaladora", confirmou um analista que acompanha de perto a disputa pela pré-candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo.
Antes da visita à Assembleia Legislativa, Haddad esteve na capital paulista em duas outras agendas políticas, ambas no segundo semestre do ano passado. Foram reuniões com vereadores que desejavam duas extensões de campi da Unifesp - uma na Zona Leste e outra na Zona Oeste. Haddad não se manifesta publicamente sobre uma possível candidatura, mas, a pessoas próximas, acrescenta que é um "soldado" e se for necessário poderá ir para o sacrifício.
Marta, ao contrário, já disse que pretende ser candidata. Arrependeu-se no fim de semana, avaliando que lançar o nome com tanta antecedência traz mais prejuízos do que vantagens em uma disputa tão acirrada. Procurada pelo Valor, a assessoria da senadora não quis divulgar a agenda política da petista em São Paulo.
Setores do PT, ainda que timidamente, afirmam que o ideal para o partido seria lançar um nome novo - além de já ter sido prefeita, Marta perdeu a disputa para o tucano José Serra em 2004 e para o ex-demista Gilberto Kassab em 2008. Mas o poder que ela tem sobre a base partidária não é desconsiderado nessas avaliações. "Não adianta apenas ter o apoio de Lula. Tem que ganhar o coração do militante", acrescentou um petista aliado da senadora paulistana.
Ciente de que existe um vácuo nessa disputa, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, também tem interesse em apresentar seu nome na disputa. Integrantes do PT lembram que ele abriu mão de uma reeleição até certo ponto tranquila para o Senado para ser candidato ao governo de São Paulo em 2010. Mesmo com toda a máquina tucana pró Geraldo Alckmin - o PSDB sabia que seria péssimo para o presidenciável José Serra não eleger o sucessor no maior Estado brasileiro - Mercadante quase conseguiu forçar um segundo turno, repetindo o desempenho de José Genoino em 2002.
Mas algumas questões sensíveis pesam contra Mercadante. A exemplo de Marta Suplicy, ele não é um nome novo no cenário político, o que engessa o espírito de renovação defendido por setores do partido. Mercadante também não tem nenhuma garantia de que poderá retornar ao governo caso não consiga eleger-se prefeito de São Paulo, o que o deixaria com pouca visibilidade política até 2014. Marta é senadora, foi eleita para um mandato de oito anos. E Haddad já é ministro desde 2005, quando Tarso Genro deixou a Pasta para ser presidente do PT no auge do escândalo do mensalão.
O mais grave, contudo, é a pouca disposição de Lula de apoiá-lo novamente para uma disputa majoritária. Mercadante não era o nome de Lula no ano passado - até o último instante, o ex-presidente esperou para que Ciro Gomes (PSB) abrisse mão da disputa presidencial para concorrer ao governo paulista em 2010.
Outros dois ministros aparecem com menos chances de viabilização. O da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem uma boa avaliação junto ao eleitorado paulistano, especialmente entre os formadores de opinião. Duas vezes eleito deputado federal, sua carreira no Ministério Público rende-lhe dividendos até hoje. Também dá aulas em universidades, o que pode garantir eleitorado entre os estudantes.
Cardozo é próximo da presidente Dilma Rousseff. Durante a disputa eleitoral do ano passado, dividiu com o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e o presidente licenciado do PT, José Eduardo Dutra (SE), a coordenação da campanha, no grupo que foi batizado pela própria presidente de "os três porquinhos". Mas a relação com o ex-presidente Lula é distante.
Outro nome cogitado, mas ainda considerado pouco experiente em disputas eleitorais, é o do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Até 2009 era subchefe de Assuntos Federativos da Presidência da República, acostumado a negociar agendas e verbas para prefeituras de todo o país. Guindado ao posto de coordenador político com a saída de José Múcio Monteiro para o Tribunal de Contas da União (TCU), começou a destacar-se até ser convidado para uma das Pastas mais delicadas do governo federal.
Blog do Luis Nassif
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