quarta-feira, 5 de agosto de 2015

MERCADANTE REFORÇA: LAVA JATO IMPACTA EM 1% DO PIB



Ministro-chefe da Casa Civil afirmou que a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público sobre o esquema de corrupção na Petrobras deve impactar na redução de cerca de 1% do PIB deste ano, reforçando o que havia dito a presidente Dilma Rousseff a ministros na semana passada; "O combate à corrupção traz benefícios porque há potencial de recuperação de ativos (...). Mas há um outro lado: o impacto econômico é forte", disse Aloizio Mercadante, durante sessão na Câmara; ele falou ainda sobre o impacto da operação no setor de indústria naval, que já perdeu milhares de empregos, e afirmou que há estimativas de que a Petrobras consiga reaver R$ 6,2 bilhões do dinheiro desviado

5 DE AGOSTO DE 2015 ÀS 12:12


247 – O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reforçou nesta quarta-feira 5 estimativa feita recentemente pela presidente Dilma Rousseff de que a Operação Lava Jato deverá ter um impacto de redução de cerca de 1% do PIB neste ano.

"O combate à corrupção traz benefícios porque há potencial de recuperação de ativos (...). Mas há um outro lado: o impacto econômico é forte, com o comprometimento de investimentos e desaceleração do setor", disse o ministro.

Mercadante participou hoje da Comissão de Minas e Energia da Câmara, onde debateu o setor da indústria naval. Segundo ele, tanto uma queda no preço das commodities quanto as investigações da Polícia Federal levaram a uma queda de investimentos no setor.

O ministro avalia que o combate à corrupção traz benefícios para a Petrobras e para a sociedade. As perdas e multas foram estimadas até agora em R$ 570 milhões, a partir de colaborações premiadas, sendo que R$ 296 milhões já foram devolvidos à Petrobras, lembrou. De acordo com o ministro, há estimativas de a Petrobras reaver R$ 6,2 bilhões do dinheiro desviado no esquema de corrupção.

Na semana passada, durante reunião com ministros e o vice-presidente, Michel Temer, Dilma afirmou que a Lava Jato seria responsável por parte da queda do PIB de 2015,citando o mesmo número de Mercadante: 1% (leia mais).

Leia abaixo reportagem da Agência Câmara:

Mercadante admite impacto da crise na indústria naval, mas aponta crescimento

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, admitiu o impacto da crise econômica na indústria naval brasileira, mas apontou crescimento do setor nos últimos anos. Em audiência pública na Comissão de Minas e Energia sobre o assunto, ele disse que tanto uma queda no preço das commodities quanto as investigações da Operação Lava Jato, sobre corrupção na Petrobras, levaram a uma queda de investimentos no setor.

A queda no preço das commodities influenciam o preço do barril. "Com um agravante: sem muita perspectiva de melhora de preço, porque o Irã voltou ao mercado do petróleo. Temos uma queda de preço que evidentemente impacta todas as empresas do mundo", afirmou o ministro. As empresas, segundo ele, têm uma queda média de 30% no volume de investimento. "É um problema global, impacta todas as grande empresas", reforçou.

No que diz respeito à Lava Jato, Mercadante disse que o combate à corrupção traz benefícios para a Petrobras e para a sociedade. As perdas e multas foram estimadas até agora em R$ 570 milhões, a partir de colaborações premiadas, sendo que R$ 296 milhões já foram devolvidos à Petrobras, segundo o ministro.

Crescimento

Aloizio Mercadante observou, por outro lado, que o setor vem passando por uma trajetória de crescimento, resultante de investimentos em tecnologia, inteligência e produção nacional.

Hoje, disse o ministro, o Brasil conta com nove estaleiros ativos e quatro em construção, além de 69 mil trabalhadores empregados. "Em 2003, tínhamos só três estaleiros e 7.465 trabalhadores", comparou.

"Conseguimos diversificar os estaleiros por quase toda a costa brasileira. A trajetória da indústria em termo de emprego é bem nítida no ciclo que vivemos. Tivemos expansão importante, melhora do preço do petróleo, descoberta do pré-sal. Temos problemas, mas é bem melhor do que no tempo em que não tínhamos problemas porque não tínhamos indústria", afirmou.

Um dos motivos por que a audiência foi solicitada pelo deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) foi o fato de três mil postos de trabalho no setor terem sido cortados no início deste ano, segundo dados do Sindicato da Indústria Naval.

Apesar da crise, o ministro Mercadante lembrou que ainda existe uma grande demanda para construção de plataformas petrolíferas, por exemplo. "Existe uma demanda futura, tanto da Petrobras quanto de empresas privadas", disse.



Brasil 247

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