quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Só faltou Gentili alegar que é inimputável por ser débil mental em sua resposta a Lula. Por Paulo Nogueira

Postado em 20 ago 2015

Covarde


Só faltou Gentili alegar que é inimputável por ser débil mental em sua pretensa resposta à intimação de Lula sobre sua declaração de que o atentado ao instituto fora uma farsa.

O resto está .

Essencialmente, em meio a um emaranhado confuso de pretensos gracejos, ele alega que era piada.

O único problema é que não era piada. Gentili estava mesmo caluniando Lula. Mesmo ele sendo ruim de piada, você pode distinguir quando se trata de pretenso humor ou real insulto.

Nenhum juiz — a não ser que seja visceralmente anti-Lula – pode aceitar uma alegação como aquela.

Seria a desmoralição da Justiça.

Se vingar a tese, Gentili e todos os comediantes estarão liberados para cometer as piores barbaridades em nome do direito sagrado da piada.

Já seria um absurdo, e é ainda mais quando não se trata, como é o caso, de piada.

Há, no texto de resposta a Lula, mais que desfaçatez. Há cinismo, há covardia, há má fé.

E há, em grande dose, a crença de que a Justiça brasileira é inepta o bastante para aceitar sua argumentação.

Ele provavelmente foi encorajado por sua experiência. Há algum tempo, ofereceu bananas a um negro que o questionou sobre o teor racista de seu pretenso humor.

O insultado o processou. E um juiz decretou que não havia racismo na oferta de bananas.

Compare.

Um torcedor na Espanha que jogou uma banana no campo foi mundialmente execrado. O clube o baniu do estádio.

Mas as bananas de Gentili foram consideradas normais.

A resposta apareceu primeiro no site Antagonista, e você vê nela as marcas da maldade dos editores, Diego Mainardi e Mario Sabino.

Eles ajudaram a transformar a Veja no que é hoje, um lixo antijornalístico abominado por todo brasileiro que não seja ultraconservador.

Mainardi é Mainardi.

Sabino, quando redator-chefe, foi protagonista de uma das maiores vergonhas do jornalismo nacional.

Ele publicou uma crítica laudatória e enorme de um romance seu. O parceiro no crime foi o autor da louvação, Carlos Graieb, hoje editor do site da revista, no qual se reúnem discípulos em penca do astrólogo Olavo de Carvalho.

Em todo o mundo civilizado, uma publicação toma cuidados extremos ao dar livros de que alguém da equipe, ainda mais quando se trata de um redator-chefe.

O procedimento padrão é uma nota seca e curta que dá apenas a informação básica, e que é precedida de uma advertência: “Da nossa equipe”.

Sabino, na louca ambição de se autopromover, fez da Veja um trampolim para fazer de seu livro um acontecimento na cena literária nacional.

Na Abril, onde eu era trabalhava então como diretor superintendente de um grupo de revistas, foi um escândalo. Mas, previsivelmente, Sabino não encontrou nenhum tipo de consequência. Continuou a praticar seu jornalismo primitivo com a mesma liberdade de ação.

Gentili, Mainardi, Sabino pertencem a um mesmo grupo de pessoas.

Não surpreende que estejam juntos na palhaçada abjeta que é a pretensa resposta a Lula.

Era mais honesto, para voltar ao início do texto, Gentili invocar que é inimputável por ser débil mental.

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


Diário do Centro do Mundo

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