A chanceler alemã Angela Merkel de certo modo confirma a posição de inabalado prestígio do Brasil na cena geopolítica mundial.
Flavio Aguiar, de Oslo
Em contraponto com o clima apocalíptico com que a velha mídia nacional trata nosso próprio país, e o clima de perene “desconstrução” com que boa parte da velha mídia internacional o trata, a chanceler alemã Angela Merkel de certo modo confirma a posição de inabalado prestígio do Brasil na cena geopolítica mundial.
Acompanhada por sete ministras e ministros (Relações Exteriores, Agricultura, Desenvolvimento, Cultura, Saúde, Trabalho e Meio-Ambiente), a chanceler estará em Brasilia para o que se chama na Alemanha de uma “reunião de consultas” com o governo brasileiro.
Estas reuniões ditas de consulta, que constituem o mais alto nível de tratativas internacionais do governo alemão, visam o estabelecimento de iniciativas políticas comuns no plano internacional.
Na pauta estarão áreas como mudança climática e meio-ambiente, tecnologia, ciência, cultura e inovação, e economia. Embora a comitiva da chanceler não inclua empresários da Alemanha, ela se encontrará com empresários de firmas alemãs que trabalham no Brasil, além de reunir-se com a presidenta Dilma Rousseff e ministros e ministras do Brasil.
O nosso país passa a ser o décimo-primeiro a entrar no pequeno grupo com que o governo de Berlim mantém este tipo de reunião, ao lado da França, Itália, Polônia, Espanha, Holanda, Estados Unidos, Israel, China, Rússia e Índia.
Entre os esforços para “desconstruir” o Brasil, destacou-se desta vez o grupo Repórteres sem Fronteiras”, que pediu ao governo alemão que se empenhasse em defender a segurança dos jornalistas no Brasil, comparando a situação do nosso pais - num evidente exagero - com a do México e da Colômbia.
Houve também questionamentos sobre a oportunidade desta reunião de consultas no momento dos protestos contra o governo nos últimos dias. Mas o porta-voz do governo alemão, ainda em Berlim, declarou que o encontro se prende a temas estratégicos de longo prazo, de interesse de ambos os países, e que além disto não cabia ao governo alemão comentar ou entrar em detalhes sobre a situação interna brasileira.
Carta Maior
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