terça-feira, 4 de agosto de 2015

Políticos falam de Dirceu enquanto Dilma se preocupa com governo

TER, 04/08/2015 - 10:56
ATUALIZADO EM 04/08/2015 - 11:00


Jornal GGN - Em jantar no Alvorada, enquanto políticos não conseguiam tirar o foco das conversas da prisão do ex-ministro José Dirceu pela força-tarefa da Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff (PT) demonstrou tranquilidade em relação à crise e se preocupou em cobrar esforços para aprovar o ajuste fiscal no Congresso.

Segundo informações de O Globo, Dilma - que tem por hábito não comentar prisões na Lava Jato, a exemplo de Lula com o mensalão - "ignorou" Dirceu "nas pouco mais de duas horas que durou o churrasco oferecido a líderes e presidentes de partidos" e pediu à bancada governista "altivez" para aprovar as pautas difíceis no retorno do recesso parlamentar.

De acordo com o jornal, "o clima descrito pelos presentes era de muita preocupação com o desfecho político das investigações [da Lava Jato] e o consenso foi que o alvo final é o ex-presidente Lula."

Dirceu foi preso na segunda-feira (3), acusado de enriquecimento pessoal com os esquemas de corrupção na Petrobras. Para o Ministério Público Federal, o ex-ministro foi quem deu início às indicações políticas que abriram espaço para pagamento de propina de empresários a dirigentes da estatal - embora, na Lava Jato, delações tenham apontado que isso ocorre ao menos desde o governo FHC.

"Apesar de não citar especificamente a prisão de Dirceu e a imprevisibilidade da operação Lava-jato, a presidente Dilma frisou em seu discurso a necessidade de preservação das instituições", escreveu O Globo. "Na crise política, as instituições devem ser preservadas. Devemos fazer nossa travessia sem medo. Eu não tenho medo. Eu aguento pressão , eu percebo o que está acontecendo, ouço para mudar e melhorar", teria dito a presidente.

Segundo um senador cujo nome foi preservado pelo jornal, "o consenso nas rodinhas era de que, já que [a Lava Jato] vai prender todo mundo, que prenda logo de uma vez só e acaba com isso. A piada lá era: não é lava-jato, é lava lento e vaza rápido as delações. A operação é lenta, mas os vazamentos vêm a jato."

Dilma teria repetido, ao final do jantar, a fala em defesa do ajuste fiscal e preocupação com a retomada da economia para atravessar a crise. "Da estabilidade fiscal eu não arredo o pé. Não quero que votem como carneirinhos mas, como uma base corajosa em nome e para o Brasil."


Jornal GGN

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