QUA, 02/03/2016 - 07:34
Ministério Público e Polícias não são autônomos em outros paÍses, de onde o Brasil tirou a doutrina do republicanismo?
Por André Araújo
Hoje, no seu horário na CBN, a sabe-tudo Miriam Leitão sai da economia, sua praia onde adora trocar miudezas de metas de inflação com o "tudo nos mínimos detalhes" Prof. Luis Roberto Cunha, discutem milésimos de IGP-15 versus centésimos de IGP-M, descontando o expurgo do IGP-A , como se essas tertúlias milimétricas tivessem alguma importância diante da brutal recessão. Com bolas levantadas pelo inefável Sardenberg, o melhor levantador do Brasil, treinado em Mervais e Miriams, Sardenberg dá a deixa e o tom e o entrevistado pega o ritmo.
Miriam hoje não perdeu tempo com os milésimos de inflação, pontificou sobre as maravilhas do "republicanismo" das instituições reportando-se a uma entrevista que lhe concedeu o então Ministro da Justiça José Cardozo.
Miriam deu total razão ao Ministro no sentido de que ninguém pode tocar na Polícia Federal, que merece total autonomia, apesar de ser teoricamente subordinada ao Ministro da Justiça. Miriam e o Ministro, ambos, demonstram absoluto desconhecimento da História, da Teoria do Poder, da realidade real do mundo tal qual ele é e não como Poliana sonharia.
O Estado é sustentado pelos cidadãos com os impostos que pagam. A partir daí, ninguém tem autonomia no Estado.
NÃO HÁ AUTONOMIA COM DINHEIRO PÚBLICO. Como os cidadãos não podem diretamente fiscalizar o uso de seu dinheiro, delegam essa fiscalização aos REPRESENTANTES ELEITOS para que em nome fiscalizem como se gasta o dinheiro que pagam de impostos. Não há como falar em autonomia se quem paga a conta é o cidadão, não há autonomia nem em um condomínio de préio, há hierarquia em todo lugar, como uma instituição pode ser "solta e livre" sem comando externo?
Ninguém, nem o Judiciário, nem o Ministério Público e muito menos organismos internos de ministérios podem ter autonomia frente aos REPRESENTANTES ELEITOS pelos cidadãos, porque senão chegaríamos ao absurdo de um organismo pago com o dinheiro próprio fiscalizar-se a si próprio. Ninguém pode estar acima de controle e fiscalização, não só de dinheiro, mas também de funções enquanto pago pelo dinheiro dos cidadãos. Então esse "republicanismo" é uma fantasia inventada.
Ministérios Públicos e Polícias NÃO SÃO AUTÔNOMOS OU INDEPENDENTES nos demais paÍses, de onde o Brasil tirou a Doutrina manca do "republicanismo"? Isso simplesmente não existe. A RESPONSABILIDADE POLÍTICA é do Ministro e acima disto é do PRESIDENTE, é este quem dá o aval a todas as investigações, não pode haver investigação autônoma, não há na França e nos EUA, quando essa investigação tem desdobramentos políticos que o policial no nível da investigação não percebe.
Um exemplo: a polícia descobre que um filho do Embaixador de um país importante está envolvido
com uma garota de programa, que por sua vez tem ligações com um traficante de drogas. A Policia, antes de agir, consulta o Ministro, porque uma ação policial pode ter desdobramentos que prejudicam as relações diplomáticas. Na França, houve um caso em que a Polícia queria deter o presidente de uma grande empresa de armamentos por corrupção, consultado o Ministro do Interior autorizou a investigação de forma sigilosa e sem escândalo, porque a França estava em negociação para uma grande venda do armamento dessa empresa para um país cliente e um escândalo queimaria a transação.
Essa é a RESPONSABILIDADE POLÍTICA sobre as ações de polícia que não podem correr soltas sempre, há casos e casos, há situações em que o interesse nacional atingido é muito mais importante do que a prisão de um culpado, à autoridade maior cabe o risco e a decisão de agir ou frear uma investigação, isso é da LÓGICA DE GOVERNO e não tem nada a ver com republicanismo.
A Lava Jato solta causou um dano ao País incomensuravelmente maior que qualquer ganho que possa haver ocorrido, empresas brasileiras, importantes para o crescimento, foram destroçadas, a imagem do Brasil no exterior foi para a lata do lixo, enquanto países muito mais corruptos têm imagem limpa e tiram proveito disso, como o México, a África do Sul, a Índia, a Rússia, todos conseguiram manter seus "ratings" porque tem cuidado com a imgaem internacional, algo que o "republicanismo" não se importou em liquidar.
O "rating" do Brasil, hoje, é absolutamente incompatível com a grandeza, categoria, potencial e qualificação do Brasil. Estamos abaixo de países insignificantes, na companhia de países párias, nossa imagem foi liquidada por essa absurda exposição de mazelas que são reais, mas que a boa política recomenda deixar como segredo de família e não roupa suja para vizinho ver. È cinismo? Mas o mundo é assim, não se auto-flagela.
Esse é o resultado catastrófico do "republicanismo" de Miriam, a Petrobras processada por todo lado, por vigaristas que compraram ações só para poder processar e extorquir a Petrobras, agora acionistas da Sete Brasil vão processar a Petrobras, vai ser um farra de processos porque IRRESPONSÁVEIS QUEIMARAM O NOME DO BRASIL no mundo.
O "republicanismo" deu nisso, dona Miriam. É preciso enxergar mais alto do que o microfone.
Jornal GGN
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