POR FERNANDO BRITO · 09/12/2016
O juiz Sérgio Moro disse hoje, em Heidelberg, na Alemanha – como viaja, o Doutor! – que “foi uma foto infeliz” a que o flagrou em risos e intimidades com Aécio Neves, num evento, esta semana, em São Paulo – como viaja, o Doutor!.
Disse que não há problema, porque “o senador não está sob investigação da Justiça Federal de Curitiba.”
Nem poderia estar, não é Doutor, porque ele é Senador e seu foro é o Supremo Tribunal Federal, onde parte das denúncias contra ele não chegaram a inquérito – o Dr, Janot não teve interesse em aprofundá-las – e parte está em curso.
Isso não o desculpa, Dr. Moro, de não ter tido, ao menos um comportamento mais decoroso: cumprimentar, não fazer “desfeita” mas, como se diz lá no Sul, não “ficar mostrando as canjicas”, como quem troca piadas.
Embora isso seja de um cinismo atroz, não é o pior das declarações de Moro à Deutsche Welle, agência estatal de notícias alemã.
Moro sustentou, mesmo depois da decisão do STF de que as gravações e sua divulgação foram ilegais, o ato de grampear a Presidente da República, em conversa com Lula, e distribuir à imprensa:
Perguntado por uma pessoa na plateia por que divulgou os áudios de escutas telefônicas de Dilma, Moro afirmou que as pessoas têm o direito de saber o que seus governantes fazem.
“É estranho que numa democracia as pessoas reclamem de uma revelação como essa. Desde o início das investigações decidimos que não iríamos esconder nenhuma informação do público”, declarou ao ressaltar que a atitude “não foi uma exceção à regra”.
A regra, Dr. Moro, é a lei .
Lei que o senhor desrespeitou da mesma forma que Renan Calheiros, embora a cumplicidade da Justiça tenha decido que o senhor é uma exceção à regra legal e possa não só transgredi-la como, depois de reconhecida a transgressão, sair proclamando por aí – até no exterior – que sua atitude é a certa e a decisão do Supremo, portanto, é errada.
Agindo assim, o senhor se torna um Renan de toga.
Tijolaço
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