Grupo Globo de comunicação, principal base de sustentação do governo Temer, rejeitado por 77% dos brasileiros, segundo pesquisa Ipsos divulgada nesta sexta-feira, celebra, em sua manchete desta sexta-feira, a proposta de reforma trabalhista que enterra a Consolidação das Leis do Trabalho, criada por Getúlio Vargas; a manchete do jornal foge do padrão noticioso e é editorializada para comemorar uma proposta de reforma que supostamente "moderniza" a lei e "fortalece" sindicatos; no entanto, a principal central sindical do País, a CUT, considera as propostas autoritárias, inoportunas e ineficazes; entre as medidas da reforma, estão a possibilidade de jornada de 12 horas diárias, os contratos temporários de quatro meses e a prevalência do negociado sobre o legislado – ou seja, o capital poderá se impor sobre o trabalho, em momentos de recessão como o atual, reduzindo direitos
23 DE DEZEMBRO DE 2016
247 – Michel Temer, rejeitado por 77% dos brasileiros segundo pesquisa Ipsos divulgada nesta sexta-feira, ainda se mantém no poder graças à Globo. O grupo de comunicação da família Marinho é hoje a sua principal base de sustentação política.
Nesta sexta-feira, a manchete do jornal O Globo foge do padrão noticioso. Em vez de simplesmente noticiar a reforma trabalhista proposta por Temer, o periódico celebra mudanças que, supostamente, modernizam as leis trabalhistas e fortalecem os sindicatos.
Entre as mudanças sugeridas estão a possibilidade de uma jornada de 12 horas diárias, os contratos temporários de quatro meses e a prevalência do negociado sobre o legislado – o que significa que acordos entre patrões e empregados, mesmo se estiverem abaixo do que prevê a lei, não poderão ser questionados na Justiça do Trabalho.
São propostas que, evidentemente, favorecem o capital em detrimento do trabalho. Empregadores poderão contratar funcionários sem direitos trabalhistas por mais tempo, poderão ampliar jornadas e terão espaço para reduzir obrigações trabalhistas se os empregados concordarem – o que, em tempos de recessão, é plausível que ocorra.
Trata-se, portanto, do fim da Consolidação das Leis do Trabalho, que permitirá a Temer realizar um sonho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: enterrar a era Vargas.
A isso, o Globo dá o nome de modernização. Embora as mudanças tenham sido apontadas pela Central Única dos Trabalhadores, maior central sindical do País, como autoritárias, inoportunas e ineficazes (leia aqui), o jornal dos Marinho também fala em fortalecimento dos sindicatos.
Ontem, em mensagem de fim de ano, o ex-presidente Lula defendeu que o povo vá às ruas em defesa do emprego, da aposentadoria e da volta da democracia. Confira:
Brasil 247
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