POR FERNANDO BRITO · 24/12/2016
Lamento informar aos que estão aí comemorando a descoberta do Brasil como o capitalismo mais corrupto do mundo, por conta da multa de US$ 1 bilhão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos que, como na Copa, perdemos de goleada para a Alemanha e para muitos outros np asqueroso “cammpeonato da falcatrua”.
Aliás, também foi de 7 a 1, como naquela tarde trágica no Mineirão. Porque foi de US$ 7 bilhões o acordo, entre multas e reparações firmado pelo respeitatíssimo Deutsche Bank com os americanos, por manipulação de operações bancárias e venda fraudulenta de hipotecas na chamada crise do subprime.
E com “desconto”, porque os americanos queriam US$ 14 bilhões.
Estamos muito longe de ganhar o campeonato mundial de falcatruas, que são a regra do capitalismo globalizado e parte da disputa de poder mundial. E se empreiteiro não é santo, banqueiro ganha dele fácil, nesta modalidade.
Perdemos feito também para os suíços do Credit Suisse, que levou uma bordoada de US$ 5,2 bilhões do Departamento de Justiça pelas mesmas razões, o que o leva a juntar-se ao seleto grupo dos bancões – os que sobreviveram, com larga ajuda de seus governos – JPMorgan Chase, Citigroup, Morgan Stanley e Bank of America, que acertaram outros US$ 40 bilhões.
Multas que serão pagas, claro, pelos usuários dos serviços dos bancos e pela população dos países onde operam, porque os governos os acham “grandes demais para quebrar”.
Como as da Odebrecht serão pagas com dinheiro de seus contratantes, em geral o poder público.
Não se trade de “fulano é honesto” ou “fulano é pilantra”, a máquina do dinheiro tem sua própria (a)ética.
Megacapitalista santo é como cabeça de bacalhau. Tem, mas você já viu um?
Em compensação. quem acha que bilhões e honra andam juntos, está cheio.
Tijolaço
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