“Estou cumprindo meu papel, não tenho qualquer vontade de ficar marcando lugar. Aliás, vou pra minha última eleição agora”, disse o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), admitindo que após a eleição de 2018, quando deverá concorrer à presidência da república, irá se despedir das disputas eleitorais. Em entrevista ao jornal O Povo, de Fortaleza, o ex-governador do Ceará afirmou que é preciso ceder lugar a uma nova geração. Ciro também chamou Michel Temer de “usurpador” e defendeu o ex-presidente Lula. “Os cinco processos que correm contra o Lula, digo isso com o olhar de advogado, não há nenhuma evidência de dolo, culpa ou qualquer coisa que justifique uma condenação dele”
3 DE ABRIL DE 2017
Ceará 247 - O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou que a eleição de 2018, na qual deverá concorrer à presidência, será a sua última. Em entrevista ao jornal O Povo, de Fortaleza, publicada nesta segunda-feira (31), o pedetista disse que é preciso ceder a vez a uma nova geração e que não tem vontade de ficar “marcando lugar”. “É uma coisa de que tenho orgulho essa consciência de que preciso sair, preciso preparar, qualificar, apresentar ao povo uma turma nova (…) Estou cumprindo meu papel, não tenho qualquer vontade de ficar marcando lugar. Aliás, vou pra minha última eleição agora”, declarou.
Na entrevista, Ciro fez, mais uma vez, críticas ao presidente Michel Temer (PMDB), a quem chamou de usurpador; e ao ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). “Saiu de R$ 8 milhões para R$ 99 milhões, 100 por cento com contrato sem licitação com a Petrobras”, disse, sobre a declaração de bens do senador.
O ex-governador do Ceará disse ainda acreditar que a Operação Lava Jato pode ser “uma coisa histórica” se procuradores e o juiz Sérgio Moro abrirem mão “do estrelismo, do exibicionismo” e defendeu o ex-presidente Lula. “Os cinco processos que correm contra o Lula, digo isso com o olhar de advogado, não há nenhuma evidência de dolo, culpa ou qualquer coisa que justifique uma condenação dele”.
Confira algumas de suas declarações:
GOLPE
“Nós não estamos sob uma democracia, estamos sob um golpe de Estado. Qualquer bacharel em Direito minimamente informado há de saber, e isso é opinião pacificada internacionalmente, que o Brasil viveu um golpe de Estado ao modo moderno. A Dilma foi derrubada sem ter cometido nenhum Crime de Responsabilidade, única circunstância em que no presidencialismo se pode interromper um mandato legítimo. Evidentemente que protocolos, formalismos, as aparências estão procurando guardar, mas, na verdade, o presidente da República hoje é um usurpador.”
LAVA JATO
“Ainda acho uma coisa muito boa para o País. E pode ser uma coisa histórica se essa garotada, os jovens Procuradores e o próprio juiz (Sérgio Moro), entenderem a transcendência histórica do fazer jurídico deles. Abrindo mão, o que está ficando cada vez mais difícil, do estrelismo, do exibicionismo, acabando com essa promiscuidade com a imprensa, do off, a convivência igualmente promíscua com indigitados, ou suspeitos ou acusados de participarem dessa imensa coligação de ladrões que tomou conta do Brasil”.
LULA
"Os cinco processos que correm contra o Lula, digo isso com o olhar de advogado, não há nenhuma evidência de dolo, culpa ou qualquer coisa que justifique uma condenação dele. Eu tenho uma crítica importante ao Lula, porque quem vulnerou o Brasil a este golpe e ao assalto dessa quadrilha que tomou conta do País foi ele, foi o Lula!”
EUNÍCIO OLIVEIRA
“Veja a prestação de contas dele à justiça eleitoral quando foi candidato a Senador com apoio do Cid (Ferreira Gomes), contra minha opinião, veja as declarações de bens dele na época e a mesma declaração quatro anos depois, em 2014. Saiu de R$ 8 milhões para R$ 99 milhões, 100 por cento com contrato sem licitação com a Petrobras.”
ÚLTIMA ELEIÇÃO
“…é que tenho clareza de que preciso ceder a vez a uma nova geração. É uma coisa de que tenho orgulho essa consciência de que preciso sair, preciso preparar, qualificar, apresentar ao povo uma turma nova, essa que hoje está governando o Ceará. Tenho muito orgulho em ver o Roberto Cláudio [prefeito de Fortaleza], uma pessoa que ajudei a capacitar e revelar uma extraordinária vocação, Camilo Santana [governador do Ceará], Cid Gomes. Estou cumprindo meu papel, não tenho qualquer vontade de ficar marcando lugar. Aliás, vou pra minha última eleição agora."
TASSO JEREISSATI
"Esse é um grande cearense, um grande brasileiro. Uma pessoa que vou querer bem, respeitar, pelo resto da vida. É muito vulnerável a intrigas, mas não mudarei a minha opinião sobre ele. Um grande brasileiro, um cearense a quem devemos uma ruptura histórica e terei, para sempre, o privilégio de ter, unilateralmente que seja, uma admiração por ele, um respeito, que são imorredouros.”
Leia a entrevista na íntegra aqui
Brasil 247
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