Em depoimento à Procuradoria Geral da República, o operador Lúcio Funaro declarou que Michel Temer pediu a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, que atuasse em favor de três empresas que operam no Porto de Santos, em meio a tramitação da MP dos Portos, em 2013; "Essa MP foi feita para reforma do setor portuário e ela ia trazer um grande prejuízo para o grupo Libra, que é um grupo aliado de Cunha e, por consequência, de Michel Temer, porque é um dos grandes doadores das campanhas de Michel Temer", disse Funaro; após a MP, foram feitos pagamentos ao PMDB por meio de doações políticas oficiais
13 DE OUTUBRO DE 2017
247 - O operador Lúcio Funaro declarou à Procuradoria Geral da República, em depoimento no dia 23 de agosto, que Michel Temer pediu a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, intervenção em favor de empresas portuárias.
O depoimento foi gravado e o vídeo foi obtido pela Folha de S.Paulo. Em outros trechos do depoimento, Funaro também disse que Cunha era um "banco de corrupção de políticos" e que José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer, "tinha certeza" que era dinheiro o pacote entregue por ele ao advogado em seu escritório na véspera da campanha de 2014.
Segundo Funaro, Cunha lhe contou que Temer pediu que o deputado (hoje cassado) atuasse em favor de três empresas que operam no Porto de Santos - a Rodrimar, o grupo Libra e a Santos Brasil, além da Eldorado Celulose, que pertencia ao grupo J&F, controlador da JBS - durante a tramitação da Medida Provisória dos Portos, em 2013.
"Essa MP foi feita para reforma do setor portuário e ela ia trazer um grande prejuízo para o grupo Libra, que é um grupo aliado de Cunha e, por consequência, de Michel Temer, porque é um dos grandes doadores das campanhas de Michel Temer", disse Funaro.
No início deste mês, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o depoimento de Temer sobre o caso dos portos.
"Pela definição dessa MP, o grupo Libra não ia poder renovar mais as suas concessões portuárias. Por quê? Porque tinha vários débitos fiscais inscritos em dívida ativa. O que o Eduardo Cunha fez? Pôs dentro dessa MP uma cláusula que empresas que possuíam dívida ativa inscrita poderiam renovar seus contratos no setor portuário desde que ajuizassem arbitragem para discutir este débito tributário", explicou o delator.
"Tanto a Eldorado como a Rodrimar tinham interesses, e o Eduardo narrou que, na época, o Michel pediu a ele 'Oh, tem que fazer isso, tem que fazer isso, cuidar disso' para que o negócio não saísse do controle", prosseguiu o operador.
A Procuradoria questionou no depoimento se, após a MP, houve pagamento de comissões ao PMDB. "Por doação política, tenho certeza. Oficial. Por comissão, que seria uma propina disfarçada de doação oficial, e outros tipos de recebimento, não tenho conhecimento", respondeu.
Brasil 247
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