POR FERNANDO BRITO · 18/10/2017
Na revista Piauí, ao repórter Bruno Felippo, o ex-prefeito Cesar Maia pai do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, esnobou a possibilidade de que o prefeito de São Paulo, João Doria Junior, vir a ser candidato do DEM à Presidência: “Se ele se filiar, está bom, é prefeito de São Paulo. Agora, se lançar candidato a presidente pelo DEM, um partido que tem tradição de políticos seniores, essa hipótese, por parte do partido, nunca existiu.” Para ele, o apresentador Luciano Huck é ” mais forte”.
O melhor da entrevista, porém, é que Maia “entrega” como Dória foi pedir a vaga de candidato ai DEM:
Cesar Maia contou como se deu a tentativa de aproximação de João Doria à sigla. No dia 21 de setembro, o prefeito de São Paulo ofereceu um jantar em sua casa, na capital paulista, a lideranças do DEM. Estavam presentes o ministro da Educação, Mendonça Filho; o prefeito de Salvador, ACM Neto; o líder do partido na Câmara, Efraim Filho; e o próprio Rodrigo Maia. Doria posicionou-se como alternativa ao Palácio do Planalto. O tom da cobertura da imprensa enfatizava a força política de Doria.
Cesar Maia diz que os presentes tiveram outra impressão: “A informação que eu tive foi de que o encontro foi ruim para o Doria. Ele se mostrou açodado, precipitado, vendendo sua candidatura a presidente. Além disso, em São Paulo, há uma tradição de proximidade entre DEM e o governador Geraldo Alckmin. Doria se lançou como presidenciável dentro do PSDB contra o Alckmin, que foi quem o fez prefeito”, afirmou.
Com a divulgação da pesquisa do Datafolha no início de outubro, em que Doria aparece com apenas 32% de aprovação como prefeito, ganhou força o nome de Luciano Huck como aposta do DEM. “Não tenho dúvidas de que Huck é mais forte do que o Doria como candidato a presidente. Doria tem lustro, mas Huck é um apresentador de programa popular. A penetração de seu nome é mais forte do que a de Doria.”
Cesar Maia diz desconhecer que tenha havido convite formal a Huck – mas não descarta que isso possa acontecer. “Houve encontro dele com lideranças, porém nada definido. Mas pode ser que, neste exato momento, as coisas mudem. Estamos no Brasil.”
Como, de fato, estamos no Brasil, não é difícil crer que partidos políticos, empresários, meios de comunicação e parte de uma subelitede admiradores de subcelebridades, não é impossível que sejam patrocinadores de uma aventura.
Ainda mais quando se pode dispensar intermediários e colocar no Planalto um contratado da Globo.
Afinal, o que importa para eles não é quem seja o presidente; importa que não seja Lula.
Tijolaço
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