POR FERNANDO BRITO · 19/10/2017
O primeiro significa perder a sensibilidade, a percepção, a falta de vontade para agir e deriva do latim torpere, é quase um estado de transe.
Torpeza, tão parecida, vem de outro latinismo, bem diferente, turpis: desonesto, vil,infame, nojento, indecente.
O par de palavras talvez baste para definir o que se passa com o povo e as instituições brasileiras e a falta de surpresa com o desfecho previsível da votação da admissibilidade da segunda denúncia contra Michel Temer.
O resultado é o que todos sabiam, com os votos que todos sabiam e a desfaçatez que todos esperavam.
O governo de canalhas, elevado ao poder por um congresso de canalhas, julgando as denúncias produzidas por um bando de canalhas foi preservado, claro, em nome da canalhice geral.
O anormal virou o cotidiano.
Nada mais espanta, nada mais assusta.
Os que chegaram ao poder pela criação e manipulação de escândalos passaram a produzi-los em tal grau e em tal frequência que, a cada dia, mais absolvem aqueles a quem visavam com este método.
Os algozes de Dilma e Lula vão se tornando, paradoxalmente, aqueles que os absolvem perante o povo brasileiro.
A torpeza não cessa, nem cessará, está visto.
Do torpor, porém, desperta-se.
Tijolaço
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