POR FERNANDO BRITO · 29/10/2017
Sem identificar o autor da encomenda, Lauro Jardim divulga hoje, em sua coluna em O Globo, os números de uma pesquisa Ibope de intenção de voto presidencial.
Na essência, os números são quase idênticos ao do último Datafolha: “Lula fica com o mínimo de 35% e o máximo de 36% das intenções de voto” , diz ele.
O que dá, descontados brancos, nulos e os que não respondem, 48% entre os que teriam “votos válidos”. Temerária, embora aritmeticamente verdadeira, a afirmação de que “Lula e Jair Bolsonaro iriam para o segundo turno se as eleições presidenciais fossem hoje”.
A fatura, com estes números, poderia ser liquidada no primeiro turno, conforme a margem de erro.
Diferença significativa, talvez por fraternidade na hipocrisia afetada, tem nos votos de Marina: ela aparece com 8% no Ibope, bem abaixo dos 14% que lhe dá o Datafolha.
A dupla tucana, apresentada separadamente, soma 9%, quase o mesmo que cada um tem (8%) no cenário do Datafolha.
É claro que qualquer candidato do PSDB vai crescer, porque terá mais de São Paulo, sua razão de viver, e não será em cima do naco lulista do eleitorado.
O eleitorado de Lula é sólido – 26% na espontânea – e está claro que sua exclusão do processo eleitoral vai abalar a legitimidade da escolha, desencadeando um fenômeno que estes ensaios de pesquisa “sem Lula” são totalmente incapazes de identificar.
Não há pesquisas sobre o incerto 2° turno, o que -mantida a semelhança com o Datafolha, daria vantagem a Lula sobre qualquer concorrente.
Seria muito conveniente que os senhores adeptos das “soluções judiciais” procurassem ler sobre o “Ele Disse” de Vargas em dezembro de 1945.
PS. Por razões de espaço, retirei do quadro que ele publica os candidatos Ronaldo Caiado e Chico Alencar, ambos com 1%, em ambos os cenários.
Tijolaço
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