Jornalista alerta que o Brasil está sob o comando de forças neofascistas e que a resistência contra a agenda de retrocessos, implementada pelo governo Bolsonaro, se faz urgente; "Não se combate o fascismo com rosas, flores e afagos", afirma; à TV 247, o editor do Opera Mundi também denuncia o conteúdo nocivo da reforma da Previdência e a tutela militar intensa estabelecida no governo Bolsonaro; assista
23 DE FEVEREIRO DE 2019
247 - O jornalista e editor do Portal Opera Mundi Breno Altman alerta que o "Brasil está sob o comando de forças neofascistas" e que a luta contra a agenda de retrocessos, implementada pelo governo Bolsonaro, se faz urgente. Em sua análise à TV 247, ele ressalta que "não se combate o fascismo com rosas, flores e afagos" e identifica a "mobilização popular nas ruas" como principal instrumento de resistência.
Na semana passada, mais uma crise, de grandes proporções, abalou o governo Bolsonaro. Gustavo Bebianno foi demitido da Secretaria-Geral da Presidência, após trocas de acusações em público e o PSL esteve no alvo de denúncias de uso de candidaturas laranjas para fazer caixa dois durante a campanha eleitoral de 2018. Bebianno era presidente da sigla à época e responsável pela distribuição do fundo partidário aos candidatos regionais.
Em referência às propostas econômicas, Altman avalia que "o roteiro do governo é sólido, repressivo", mas que "os integrantes do governo são de quinta categoria". "É como se fosse um filme: bom roteiro, péssimos atores", compara.
O jornalista considera que Bolsonaro não passa de um "boneco de ventríloquo do Exército". "Cavalo xucro empina quando é montado. Ele vai corcovear, mas irá amansar".
Ele ainda observa que a tutela do governo "está nas mãos do Exército" e que tal fato "não pode ser subestimado". "O projeto estabelecido pelas Forças Armadas é de fôlego e força", alerta.
"O Estado brasileiro tem sua coluna no Exército. Aqui no Brasil, não foi o Estado que criou o Exército, foi o Exército que criou o Estado", completa.
Reforma da Previdência
Pauta principal do programa neoliberal que elegeu Bolsonaro, Altman afirma que a reforma da Previdência será alardeada aos quatro ventos nas próxima semana. "Vão tentar construir um clima na sociedade de 'ou reforma ou caos'", projeta.
"A pauta da reforma será fundamental para legitimar o governo. Se Bolsonaro não for capaz de vencer a primeira batalha pelo grande capital, ele será incapaz de vencer qualquer outra. Ai sim seria uma crise política séria", aponta.
Fascismo não se combate com flores
O jornalista revela que o mundo vive uma crise da "democracia liberal", consequência ainda da grande crise capitalista de 2008 e que a burguesia segue, desde então, cortando direitos sociais e democráticos conquistados no pós-guerra. "Tal postura", explica, "gerou uma ascensão mundial do conservadorismo, autoritarismo e xenofobia".
Ele diz que o Brasil também sofre as consequências da crise mundial. "Temos um governo com todas as características neofascistas. Por isso é necessário termos identidade política e muita força de mobilização. Não se combate o fascismo com rosas, flores e afagos", conclui.
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