quinta-feira, 7 de abril de 2011
A modernidade do “curral” eleitoral - Por Brizola Neto
Não surpreende que o senhor José Serra ande por aí defendendo a adoção do voto distrital puro nas eleições municipais e do misto nas eleições para deputado.
Serra é o retrocesso e é natural que defenda o retrocesso nas instituições políticas.
O voto distrital, que reforça o poder econômico, o aparelhamento do poder público e o neocoronelismo político até nas áreas metropolitanas, reduz o debate político às verbas e obras em lugar do voto de opinião e de visão estratégica para a sociedade.
Um candidato rico, concentrando todo o seu poder num só distrito, influi muito mais que com estes recursos espalhados numa estado. Um afilhado de um prefeito, nomeado administrador regional, está com meio caminho andado para a eleição. Já o sindicalista, o integrante de um movimento social, um ativista político, representativo no universo do Estado ou da cidade, não tem votos majoritários em um bairro.
O argumento da proximidade aos problemas do eleitor é uma mistificação. O voto distrital “proviancianiza” o parlamentar federal e o despolitiza.
Não creio que passe, mas devemos estar alertas contra mais essa “novidade” de antigas intenções.
Brizola Neto
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