terça-feira, 31 de maio de 2011

Investigar, sim. Mas sem forçar a mão - Por Brizola Neto


Vocês são testemunhas de que não entrei na discussão sobre as acusações e suspeitas de irregularidades na Prefeitura de Campinas. E não o fiz por, simplesmente, não dispor de informações e conhecimento do assunto. Portanto, para fazer “achismo”, contra ou a favor, não contem comigo.

Eu não falei nem mesmo quando surgiram algumas tentativas de envolver, através de “amigos”, o ex-presidente Lula. E igualmente não falei de terem sido citados nomes de deputados tucanos na investigação, embora sem quase nenhum destaque na imprensa.

Portanto, o que falo agora é absolutamente restrito à maneira de serem noticiados os fatos.

Hoje o Estadão dá como manchete da página de política: Grampo flagra cobrança de prefeito de Campinas à mulher . Bom, aí você supõe que a gravação se refira à cobrança de valores. Mas não é. O prefeito pergunta à mulher se a firma que é acusada de fazer a corrupção e que pertenceria a ela tem algum contrato com a empresa de saneamento do município. A partir daí, segundo a matéria, o diálogo teria sido assim:

“A Dr. Hélio, Rosely disse: “Jamais, nunca”. O prefeito a questionava novamente: “Você tem certeza absoluta?”. E ela diz: “Sim”.

Pera lá, né? Chamar isso de “cobrança” no título de uma matéria sobre cobrança de propinas é demais.

Como disse, não tenho informações sobre o caso e, portanto, não estou afirmando que fulano ou beltrano estejam errados ou corretos. Não acuso ou defendo adversários sem provas e não faço o mesmo nem com os aliados ou correligionários. Tudo que diz respeito à administração pública pode e deve ser investigado.

Mas distorcido, assim, não.
Blog do Brizola Neto

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