domingo, 29 de maio de 2011

A vitória de um lutador incansável na arena dos leões


Tive uma imensa satisfação, hoje, lendo uma matéria do Estadão.

O “economista que não complica” Paulo Nogueira Batista Júnior, depois de anos, conseguiu ver o FMI, no qual é representante do Brasil e de mais oito países, aceitar e chancelar aquilo que, pouco tempo atrás, era ali uma heresia: a necessidade do controle nacional sobre os fluxos de capitais.

O Dr. Nogueira Batista sabe, porém, que mais que sua obstinada luta, foi a realidade que impôs esta aceitação.

Tornou-se evidente que as economias em desenvolvimento não podem aceitar – e nem sobreviver – a capitais flutuantes da ordem de centenas de bilhões de dólares se deslocando, sem controle, como aves migratórias, à procura de onde haja alimento para seus apetites, como se sabe bem vorazes.

O controle de capital não é uma proibição de entrar, mas uma “cerimônia”, no que é, afinal, “a casa dos outros”.

Como uma visita que não ajuda na cozinha e, depois de se fartar, não ajuda com a louça suja.

Como um cidadão, que tem que declarar quanto traz e quanto leva e, dependendo disso, deve pagar o imposto correspondente, também o capital não pode entrar e sair sem dizer a que vem e pagar por sua estadia.

A história, inclusive a econômica, é feita por forças e vontades maiores que a de um simples ser humano. Mas os que nela, com sua capacidade e sua perseverança, agem sobre ela são aqueles que, disse um dia Brecht, são os insubstituíveis.

Nogueira Batista, a quem a Folha dispensou ano passado como articulista, venceu num fórum muito maior que o dos “sabidos da Barão de Limeira”.

Blog do Brizola Neto

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