31 de outubro de 2014 | 16:10 Autor: Fernando Brito
Começa hoje, ainda, mas ganha força amanhã.
E chove, chove, chove forte durante toda a semana em São Paulo e em grande parte do Sudeste brasileiro.
Forte como há seis meses não chove e durante mais tempo do que choveu – quando choveu – ao longo de todo esta ano.
Bem na hora, porque no Cantareira restam apenas 15 bilhões de litros de água, 1,5% do volume total, considerada a capacidade total de 1,16 trilhão de litros, contada a reserva total mais o “primeiro” volume morto.
Oito ou nove dias de consumo “apertado” apenas.
Mas vem água, e a chuva, com idas e vindas, se estende durante quase toda a primeira quinzena do mês.
E também vem chuva valente para o “Velho Chico”, o Rio São Francisco, onde estão nossos maiores problemas de falta de água para as hidrelétricas.
Mas, tal como faltou dizer a verdade com todas as letras para os paulistanos antes, também agora é preciso dize-la.
Os temporais vão aliviar, mas não vão resolver, nem de longe, o problema de abastecimento de água, que – a menos que a Sabesp seja ainda mais irresponsável – permanecer precário durante todo o verão e mais além.
De “cima para baixo”, a partir do Jaguari-Jacareí será hora de desligar as bombas, respeitando a necessidade de recuperar os lodaçais que se formaram no lugar das represas.
Depois, o Atibainha, que está 5,5 metros abaixo de seu nível mínimo normal.
O “grosso” ou todo o abastecimento de São Paulo virá do pequeno Paiva Castro, a represa mais próxima da cidade e, como a sua capacidade de armazenamento é pequena, é possível que se aumente a vazão liberada para os paulistanos, que vinha caindo seguidamente, passando de 32 m³/s em fevereiro para menos de 20 m³/s este mês.
Bem que vai ser bom alguns dias com torneiras que não secam e os paulistanos merecem este alívio.
Mas é preciso que ele venha junto com o alerta de que nada passou e tudo continua em situação dramática.
Porque se novembro será chuvoso e assim devem ser também os meses de dezembro e janeiro, as mesmas previsões indicam um fevereiro seco.
E mesmo uma desejada repetição do verão mais chuvoso dos últimos dez anos, o de 2008/2009 seria suficiente para elevar o Cantareira (que hoje tem -16% em seu nível mínimo normal) para meros 20% de sua capacidade antes da seca, se não forem mantidas restrições ao consumo.
Cuidado com gente que vai procurar se vangloriar de sua irresponsabilidade ao menor sinal de temporais e alívio do sistema.
Foi essa irresponsabilidade que levou são paulo aos prejuízos sociais e econômicos que está vivendo hoje.
No mais, bata na madeira para espantar o azar, tomem um banho de chuva e mantenham a pressão sobre o governo paulista e a Sabesp, porque este blog carioca vai parar, por uns dias, de falar desta seca horrível, exceto para dar os dados depois desta bem-vinda temporada de chuva.
Abram o sorriso para o céu e torçam o nariz para quem aparecer como naqueles comerciais picaretas de TV dizendo “seus problemas acabaram”.
Infelizmente, só um mentiroso pode dizer isso.
Começa hoje, ainda, mas ganha força amanhã.
E chove, chove, chove forte durante toda a semana em São Paulo e em grande parte do Sudeste brasileiro.
Forte como há seis meses não chove e durante mais tempo do que choveu – quando choveu – ao longo de todo esta ano.
Bem na hora, porque no Cantareira restam apenas 15 bilhões de litros de água, 1,5% do volume total, considerada a capacidade total de 1,16 trilhão de litros, contada a reserva total mais o “primeiro” volume morto.
Oito ou nove dias de consumo “apertado” apenas.
Mas vem água, e a chuva, com idas e vindas, se estende durante quase toda a primeira quinzena do mês.
E também vem chuva valente para o “Velho Chico”, o Rio São Francisco, onde estão nossos maiores problemas de falta de água para as hidrelétricas.
Mas, tal como faltou dizer a verdade com todas as letras para os paulistanos antes, também agora é preciso dize-la.
Os temporais vão aliviar, mas não vão resolver, nem de longe, o problema de abastecimento de água, que – a menos que a Sabesp seja ainda mais irresponsável – permanecer precário durante todo o verão e mais além.
De “cima para baixo”, a partir do Jaguari-Jacareí será hora de desligar as bombas, respeitando a necessidade de recuperar os lodaçais que se formaram no lugar das represas.
Depois, o Atibainha, que está 5,5 metros abaixo de seu nível mínimo normal.
O “grosso” ou todo o abastecimento de São Paulo virá do pequeno Paiva Castro, a represa mais próxima da cidade e, como a sua capacidade de armazenamento é pequena, é possível que se aumente a vazão liberada para os paulistanos, que vinha caindo seguidamente, passando de 32 m³/s em fevereiro para menos de 20 m³/s este mês.
Bem que vai ser bom alguns dias com torneiras que não secam e os paulistanos merecem este alívio.
Mas é preciso que ele venha junto com o alerta de que nada passou e tudo continua em situação dramática.
Porque se novembro será chuvoso e assim devem ser também os meses de dezembro e janeiro, as mesmas previsões indicam um fevereiro seco.
E mesmo uma desejada repetição do verão mais chuvoso dos últimos dez anos, o de 2008/2009 seria suficiente para elevar o Cantareira (que hoje tem -16% em seu nível mínimo normal) para meros 20% de sua capacidade antes da seca, se não forem mantidas restrições ao consumo.
Cuidado com gente que vai procurar se vangloriar de sua irresponsabilidade ao menor sinal de temporais e alívio do sistema.
Foi essa irresponsabilidade que levou são paulo aos prejuízos sociais e econômicos que está vivendo hoje.
No mais, bata na madeira para espantar o azar, tomem um banho de chuva e mantenham a pressão sobre o governo paulista e a Sabesp, porque este blog carioca vai parar, por uns dias, de falar desta seca horrível, exceto para dar os dados depois desta bem-vinda temporada de chuva.
Abram o sorriso para o céu e torçam o nariz para quem aparecer como naqueles comerciais picaretas de TV dizendo “seus problemas acabaram”.
Infelizmente, só um mentiroso pode dizer isso.
Tijolaço