23 de outubro de 2014 | 23:22 Autor: Fernando Brito
A revista Veja seria ridícula, como a comparação das capas acima – a que vai para as bancas amanhã e a que envia, pelo Fecebook, meu velho professor da Escola de Comunicação Evandro Ouriques.
Seria, se não fosse criminosa.
Numa edição cuidadosamente proeparada ela narra, como se o seu repórter estivesse lá, a cena.
Alberto Youssef, que está preso desde março – há mais de seis meses, portanto – chega, anteontem, a quatro dias da eleição, para o seu milésimo interrogatório na Polícia Federal – que parece, aliás, uma instituição dirigida pela Editora Abril – e, sem mais nem porque, faz-se-lhe uma pergunta extremamente precisa: qual era o “nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras”.
E o doleiro, “um bandido profissional” como o define o juiz Sérgio Moro – diz, sem mais circunstâncias: “O Planalto sabia de tudo”.
Quem no Planalto? – pergunta o delegado e ele:
Lula e Dilma!
Que primor!
Que pérola de jornalismo, que espetáculo de responsabilidade!
Nem o advogado do doleiro, íntimo dos tucanos, confirma a história e diz que ninguém de sua equipe ouviu Youssef dizer isso.
O curioso é que Fábio Barbosa, presidente da empresa que edita a Veja esteve sentado na cadeira de Conselheiro de Administração da Petrobrás durante quase todo o tempo (2003 e 2011) em que Paulo Roberto Costa foi diretor e apresentou-lhe contas, e não sabia de nada.
Um pilantra de quinta categoria, várias vezes condenado – e agora, ao que parece, destinado a ser absolvido de tudo, inclusive da lavagem de dinheiro de drogas, como foi, esta semana – diz, está dito.
E o nosso ministro Dias Tóffoli, pobre alma simplória, vai promovendo reuniões para os candidatos não se atacarem na campanha…
E se, por acaso, o TSE condena a Veja a dar direito de resposta a quem a acusa, acorre, pressuroso, o Ministro Gilmar Mendes para derrubar a decisão e dizer: não, não, viva a liberdade de imprensa…
Vivemos num país onde a mídia pratica, impune, banditismo, não jornalismo.
E isso, infelizmente, ao contrário da brincadeira com a capa da Veja, não é piada.
A revista Veja seria ridícula, como a comparação das capas acima – a que vai para as bancas amanhã e a que envia, pelo Fecebook, meu velho professor da Escola de Comunicação Evandro Ouriques.
Seria, se não fosse criminosa.
Numa edição cuidadosamente proeparada ela narra, como se o seu repórter estivesse lá, a cena.
Alberto Youssef, que está preso desde março – há mais de seis meses, portanto – chega, anteontem, a quatro dias da eleição, para o seu milésimo interrogatório na Polícia Federal – que parece, aliás, uma instituição dirigida pela Editora Abril – e, sem mais nem porque, faz-se-lhe uma pergunta extremamente precisa: qual era o “nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras”.
E o doleiro, “um bandido profissional” como o define o juiz Sérgio Moro – diz, sem mais circunstâncias: “O Planalto sabia de tudo”.
Quem no Planalto? – pergunta o delegado e ele:
Lula e Dilma!
Que primor!
Que pérola de jornalismo, que espetáculo de responsabilidade!
Nem o advogado do doleiro, íntimo dos tucanos, confirma a história e diz que ninguém de sua equipe ouviu Youssef dizer isso.
O curioso é que Fábio Barbosa, presidente da empresa que edita a Veja esteve sentado na cadeira de Conselheiro de Administração da Petrobrás durante quase todo o tempo (2003 e 2011) em que Paulo Roberto Costa foi diretor e apresentou-lhe contas, e não sabia de nada.
Um pilantra de quinta categoria, várias vezes condenado – e agora, ao que parece, destinado a ser absolvido de tudo, inclusive da lavagem de dinheiro de drogas, como foi, esta semana – diz, está dito.
E o nosso ministro Dias Tóffoli, pobre alma simplória, vai promovendo reuniões para os candidatos não se atacarem na campanha…
E se, por acaso, o TSE condena a Veja a dar direito de resposta a quem a acusa, acorre, pressuroso, o Ministro Gilmar Mendes para derrubar a decisão e dizer: não, não, viva a liberdade de imprensa…
Vivemos num país onde a mídia pratica, impune, banditismo, não jornalismo.
E isso, infelizmente, ao contrário da brincadeira com a capa da Veja, não é piada.
Tijolaço
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