quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dilma faz clip de paz com tucanos em pé de guerra



Narrativa com imagens, de 2 minutos e meio, é uma das peças finais da campanha do PT no horário eleitoral; em tom poético, locutor declama fala em união de brasileiros de 'todas as raças'; peça é vista como fecho de 'paz e amor' para campanha dura; mas tucanos do PSDB adotam linha de inconformismo; coordenador Alberto Goldman fala em crise institucional em caso de vitória do PT; terceiro turno programado?; vídeo
22 de Outubro de 2014 às 14:36


247 – Como um antídoto para evitar o que se conhece por 'terceiro turno' – o acirramento da oposição dos perdedores sobre os vencedores nas urnas, em lugar da aceitação democrática do resultado – o PT tem adotado, há alguns dias, programas de Dilma Rousseff em tom de união nacional.

- Que venham os novos tempos de esperança (...). Que fiquem no passado os nobres que não sabem dividir, a minoria que pisa e desdenha (...). Que venha o futuro, diz o locutor. Nas imagens, cenas já apresentadas no programa eleitoral petista. O destaque ficou para a recuperação parcial do polêmico comercial político petista que mostrava famílias hoje na classe média mas enxergavam suas próprias imagens no passado, enfrentando fome, desemprego e abandono social.

Não há referências críticas ao candidato Aécio Neves e ao PSDB. Da parte dos tucanos, no entanto, o discurso dos principais líderes é de acirramento da oposição.

Enquanto o próprio Aécio declarou que "esta foi a campanha mais suja desde a redemocratização do País", o coordenador da campanha tucana em São Paulo deu uma mensagem de risco institucional para o caso da reeleição de Dilma:

- A pergunta que qualquer pessoa intelectualmente honesta deve se fazer é se com esse perfil político do eleitorado, ainda que vitoriosa nas urnas, Dilma teria condições de governar o Brasil?, perguntou Goldman em artigo.

O atual vice-presidente do PSDB acredita que os votos do PT estão localizados nas áreas economicamente mais carentes, nas quais os programas sociais do governo têm mais peso entre a população.

- O Brasil do trabalho formal, produtivo, dos seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e da tecnologia - essa é, de fato, a elite brasileira - rejeitou, por ampla maioria, o PT e sua candidata, demarcou Goldman, referindo-se ao resultado do primeiro turno.

Com vantagem numérica, agora, nas pesquisas de opinião, o PT e seu comando tentaram introduzir nas peças publicitárias uma resposta a esse tipo de argumento:

- Somos todos, somos mistos, somos negros, somos índios sim, somos pardos, brancos, vermelhos, azuis e amarelo, somo arco-íris, diz o locutor, em tom emocionado.

O comando da campanha petista está preocupado com a reação tucana aos resultados, especialmente porque o partido tem militantes e influência em posições de destaque da mídia tradicional. Acredita-se entre os principais auxiliares de Dilma que, desde agora, o partido deve se preparar para proteger, institucionalmente, a presidente após o próximo domingo.

Abaixo, a peça publicitária do PT: 
 
 
 
 
 
 
Brasil 247
 

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