Postado em 30 out 2014
por : Paulo Nogueira
Me lembro bem. Me marcou e me deixou intrigado.
Duas vezes, nos debates do segundo turno, Aécio disse para Dilma que pesquisas mostravam que em seu estado as coisas tinham virado.
Ele afirmou que estava na frente em Minas, onde seu candidato a governador perdeu no primeiro turno.
Agora, enfim, está esclarecida minha dúvida.
A pesquisa, do Instituto Veritás, era comprovadamente enganosa.
A notícia está no site da Folha, não com destaque. Está escondida. (É outra arma da grande mídia: esconder notícias que não agradam. O Globo, ontem, escondeu em seu site a informação de que a PF desconfia de motivações eleitorais por trás da alegada afirmação do doleiro de que Dilma e Lula sabiam do caso Petrobras.)
O dono do instituto confirmou para a Folha, bem como o estatístico.
A culpa não é do mordomo.
O instituto fez uma pesquisa nacional, e os dados de Minas eram fundamentados em entrevistas insuficientes para dar a eles consistência.
Isso foi dito à campanha de Aécio, conta a Folha.
Mesmo assim, a informação foi usada, e Aécio a esgrimiu contra Dilma nos debates.
No Twitter, ao comentar o assunto, alguém foi preciso. “Aécio, o senhor foi LE-VI-A-NO.”
Ele que parece ter gostado de chamar adversárias de levianas quando o assunto era o aeroporto familiar, não hesitou em usar números sabidamente enganosos.
Este caso mostra o “mar de lama”, para usar uma expressão de Lacerda revivida por Aécio, das pesquisas.
Elas têm sido usadas sobretudo para manipular os eleitores mais crédulos e mais suscetíveis de mistificação.
Muita gente, sabe-se, quer “ganhar” a eleição – votar no vencedor. Ao ver um candidato na frente, acaba escolhedendo-o.
O instituto Sensus se superou: deu sempre diferenças exuberantes – e falsas — para Aécio no segundo turno.
A mídia não se furtou, claro, a divulgar pesquisas anti-Dilma.
A revista Época, por exemplo, anunciou, triunfal, que tinha a primeira pesquisa do segundo turno, feita por um certo instituto Paraná.
Por esse levantamento, Aécio já estava virtualmente eleito.
Há que jogar luzes sobre o obscuro mundo das pesquisas.
Esperar que as grandes empresas de mídia façam isso é impossível, dados os interesses que elas têm em números pretensamente científicos que as ajudem a erguer candidatos de sua preferência, como Aécio.
Mas nós, do DCM, vamos fazer isso.
Nosso próximo projeto de crowdfunding será exatamente este: o obscuro universo das pesquisas eleitorais.
Me lembro bem. Me marcou e me deixou intrigado.
Duas vezes, nos debates do segundo turno, Aécio disse para Dilma que pesquisas mostravam que em seu estado as coisas tinham virado.
Ele afirmou que estava na frente em Minas, onde seu candidato a governador perdeu no primeiro turno.
Agora, enfim, está esclarecida minha dúvida.
A pesquisa, do Instituto Veritás, era comprovadamente enganosa.
A notícia está no site da Folha, não com destaque. Está escondida. (É outra arma da grande mídia: esconder notícias que não agradam. O Globo, ontem, escondeu em seu site a informação de que a PF desconfia de motivações eleitorais por trás da alegada afirmação do doleiro de que Dilma e Lula sabiam do caso Petrobras.)
O dono do instituto confirmou para a Folha, bem como o estatístico.
A culpa não é do mordomo.
O instituto fez uma pesquisa nacional, e os dados de Minas eram fundamentados em entrevistas insuficientes para dar a eles consistência.
Isso foi dito à campanha de Aécio, conta a Folha.
Mesmo assim, a informação foi usada, e Aécio a esgrimiu contra Dilma nos debates.
No Twitter, ao comentar o assunto, alguém foi preciso. “Aécio, o senhor foi LE-VI-A-NO.”
Ele que parece ter gostado de chamar adversárias de levianas quando o assunto era o aeroporto familiar, não hesitou em usar números sabidamente enganosos.
Este caso mostra o “mar de lama”, para usar uma expressão de Lacerda revivida por Aécio, das pesquisas.
Elas têm sido usadas sobretudo para manipular os eleitores mais crédulos e mais suscetíveis de mistificação.
Muita gente, sabe-se, quer “ganhar” a eleição – votar no vencedor. Ao ver um candidato na frente, acaba escolhedendo-o.
O instituto Sensus se superou: deu sempre diferenças exuberantes – e falsas — para Aécio no segundo turno.
A mídia não se furtou, claro, a divulgar pesquisas anti-Dilma.
A revista Época, por exemplo, anunciou, triunfal, que tinha a primeira pesquisa do segundo turno, feita por um certo instituto Paraná.
Por esse levantamento, Aécio já estava virtualmente eleito.
Há que jogar luzes sobre o obscuro mundo das pesquisas.
Esperar que as grandes empresas de mídia façam isso é impossível, dados os interesses que elas têm em números pretensamente científicos que as ajudem a erguer candidatos de sua preferência, como Aécio.
Mas nós, do DCM, vamos fazer isso.
Nosso próximo projeto de crowdfunding será exatamente este: o obscuro universo das pesquisas eleitorais.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Diário do Centro do Mundo
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