POR FERNANDO BRITO · 20/12/2015
Quem passar hoje no final da Ponte Rio-Niterói talvez não note a diferença, pois têm o mesmo tamanho, as mesmas cores e o mesmo emaranhado de estruturas sobre o convés.
Mas o gigantesco navio-plataforma, com quase 350 metros de comprimento e 60 de largura, atracado no cais do Estaleiro Brasa, na entrada de Niterói não é o mesmo que estava ali até hoje de manhã.
A nave que estava ali era o Cidade de Maricá, que ficou pronto depois de seis meses de instalação e testes de funcionamento dos módulos de processamento de óleo bruto, partiu para o campo de Lula Alto, na Bacia de Santos, onde será ligado, progressivamente, a oito poços de extração de petróleo, produzindo 150 mil barris diários de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás. A cada dez dias, um petroleiro irá encontrá-lo, em alto mar, para retirar até 1,6 milhão de barris de petróleo.
Agora, iluminado como uma cidade, é o Cidade de Saquarema, quase igual – há uma pequena diferença na estrutura dos módulos, por conta do tipo de petróleo que será extraído – que vai receber os mesmo serviços. E parte, lá por maio, para o campo de Lula Central,
Houve atraso em relação ao cronograma, um retardo de cerca de um mês. Mas aconteceu. Os dois navios, somados, são capazes, quando terminada a interligação dos poços produtores, se aumentar em 10% a produção brasileira de petróleo, com seus 300 mil barris por dia.
E quem torce pelo desenvolvimento do Brasil torce agora para que se equacionem os problemas financeiros que atrasam a conclusão da P-74, que está quase pronta para navegar ao Rio Grande do Sul e receber suas estruturas de convés e abrir espaço para que a P-77, atracada a seu lado, possa entrar em processo de terminação. Cada uma deles é ainda maior em tamanho e capacidade que Maricá e Saquarema, processando até 180 mil barris diários de petróleo da área do campo de Búzios, antes conhecido como Franco e que tem potencial igual ou até maior que o megacampo de Libra.
Só os tolos ou os venais não entendem que os preços baixos do petróleo não vão subsistir eternamente, pois o que há não é excesso de petróleo, mas uma guerra entre a Opep e os EUA, que nenhum dos dois pode sustentar indefinidamente.
Um pouco mais devagar, sim, mas parar o esforço para que a nossa petroleira possa ser a líder da exploração desta imensa riqueza do pré-sal, nunca. E nem tão devagar assim, pois uma obra é tão mais cara quanto a gente a faz arrastar-se.
Tijolaço
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