Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que se destaca como o principal líder do PSB desde a morte de Eduardo Campos, afirma que não há elementos para um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e pede uma nova agenda; "Não temos, até aqui, elementos que comprovem o crime de responsabilidade da presidente da República e fica muito claro que o presidente da Câmara está se utilizando desse processo", afirma; para ele, "é importante virar essa página para que a gente tenha uma outra agenda de interesse do país"
20 DE DEZEMBRO DE 2015 ÀS 17:31
247 - O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, vem se destacando como uma das principais lideranças do PSB desde a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos em plena campanha presidencial no ano passado. Apesar de ser um crítico do governo da presidente dilma Rousseff, Rollemberg tem se posicionado contra abertura do processo de impeachment pelo fato de que "Não temos, até aqui, elementos que comprovem o crime de responsabilidade da presidente da República. Fica muito claro que o presidente da Câmara [Eduardo Cunha (PMDB-RJ)]está se utilizando desse processo", afirmou.
Segundo ele, o Brasil precisa superar rapidamente a pauta do impeachment e buscar um mecanismo de unificação nacional. "As manifestações a favor do impeachment estão diminuindo porque as pessoas não estão percebendo alternativa ao impeachment. Daí a importância de construir uma agenda que unifique o país", disse Rollemberg em entrevista ao Correio Braziliense. "Acho importante a gente virar essa página para que a gente tenha uma outra agenda de interesse do país. Se ficarmos discutindo o impeachment e essa situação não se resolver, tendemos a agravar a crise política e a crise econômica e ir para um enfrentamento que é muito ruim e que tem consequências maiores", ressaltou.
Apesar disso, o socialista diz que o PSB ainda não possui uma posição formal se apoiará ou não o impeachment. "O PSB ainda não tomou posição. Existem, no partido, posições favoráveis ao impeachment e posições contrárias. Os três governadores do partido já se posicionaram contra o impeachment. É claro que estaremos submetidos à decisão partidária, no momento em que o partido entender como adequado tomar a decisão", observou.
"Mas entendo que precisamos superar esse debate. Acho que a falta de perspectiva, de uma agenda, está prejudicando o Brasil. Vivemos um círculo vicioso, a crise política alimenta a crise econômica, que, por sua vez, alimenta a crise política, e não estamos vendo perspectiva de solução para o problema. Com isso, o Brasil está tendo um grande prejuízo. Vemos a economia se esfacelar, os empregos irem embora e estamos percebendo um deserto de lideranças políticas para conduzir uma solução da crise. O impasse é o pior prejuízo para a população brasileira", completou.
Ele também se mostrou cauteloso quanto a possibilidade do vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumir a Presidência caso o afastamento da presidente Dilma seja viabilizado. "O que a gente percebe é um comprometimento muito grande do PMDB com os fatos vinculados à Lava-Jato. Isso tudo traz instabilidade e uma falta de perspectiva", ressaltou o peemedebista.
Ainda sobre a Lava Jato, o socialista disse não se sentir constrangido por integrar o PSB, que tem diversos parlamentares, como o senador Fernando Bezerra Coelho (PE), e o ex-governador Eduardo Campos suspeitos de envolvimento nos casos de desvios e corrupção na Petrobras. "Até aqui não tem nada que comprove algum envolvimento de algum quadro do PSB". "Só lamento que o Eduardo não esteja vivo para se defender. Mas, até aqui, não tem nada que leve ao envolvimento do Eduardo", completou.
Brasil 24/7
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