O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo negou as acusações de que teria repassado informações da Lava Jato à presidente deposta Dilma Rousseff; para o ex-ministro, a versão de Mônica Moura —de que Dilma a teria alertado sobre a prisão porque Cardozo viu um mandado de prisão em cima da mesa— é "grotesca" e "ridícula"; "O ministro da Justiça vai ficar andando pelas mesas da Polícia Federal procurando mandado?", questiona; "O João Santana desmente ela (Mônica) e diz que ninguém no governo o avisou", completa; Cardozo destaca ainda que a campanha pagou R$ 70 milhões ao casal de marqueteiros de forma oficial e declarada, uma quantia elevada que tornaria difícil a existência de um caixa dois do tamanho do relatado nas delações; o ex-ministro lembrou que a Odebrecht pagava à dupla por serviços prestados em vários países; "Ele tinha uma conta corrente com a Odebrecht. Esse dinheiro era necessariamente da campanha da Dilma ou era de outras situações?"; Cardozo diz ainda que o erro de Dilma foi ter confiado no PMDB e que Lula é o melhor candidato para 2018
17 DE MAIO DE 2017
247 - José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, negou as acusações de que teria repassado informações da Lava Jato à presidente deposta Dilma Rousseff.
Cardozo disse que as afirmações feitas na delação do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura não se sustentam e que o o próprio depoimento do publicitário desmente o da mulher.
Para o ex-ministro, a versão de Mônica Moura de que Dilma a teria alertado sobre a prisão porque Cardozo viu um mandado de prisão em cima da mesa é "grotesca" e "ridícula".
"Ela (Mônica) diz que recebeu uma mensagem, que essa mensagem não estava clara se era sobre a prisão, e que depois Dilma pede um telefone seguro, liga para o João Santana e diz que ele ia ser preso, porque o José Eduardo Cardozo viu o papel (mandado de prisão) rolando pelas mesas. O ministro da Justiça vai ficar andando pelas mesas da Polícia Federal procurando mandado? Segundo: mandado de operação sigilosa largado em cima da mesa? É uma versão grotesca. Que coisa ridícula. Terceiro: o João Santana desmente ela (Mônica) e diz que ninguém no governo o avisou.
O PT sempre reclamou do excessivo poder do João Santana no governo", afirmou.
O ex-ministro lembrou que a Odebrecht pagava à dupla por serviços prestados em vários países.
"João Santana recebeu R$ 70 milhões declarados por uma campanha eleitoral. É muito dinheiro para ter esse caixa 2.
A Odebrecht financiava várias coisas para ele, várias campanhas em vários países. Isso, pelo menos, ele fala. Parece que ele tinha uma conta corrente com a Odebrecht. Esse dinheiro era necessariamente da campanha da Dilma ou era de outras situações? Será que se ele falasse que era de outras situações, ele conseguiria uma delação premiada?", questiona Cardozo.
Cardozo diz ainda que o maior erro de Dilma foi ter confiado demais no PMDB.
"Ignorávamos que o Eduardo Cunha tinha uma articulação com os ministros do PMDB e com o próprio vice-presidente, a ponto de Dilma dar a coordenação política a Michel Temer. E essa articulação política foi usada para derrubá-la", completa.
Na avaliação do ex-ministro, Lula é o melhor candidato para a Presidência em 2018.
"Ele é o melhor candidato, não tem outro na esquerda.
Que partido teria um candidato hoje que não estaria numa situação correlata? As acusações que pesam sobre outros presidentes partidários são muito mais graves que um tríplex."
As informações são de reportagem de Mariana Sanches e Sérgio Roxo em O Globo.
Brasil 247
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