Olhar as capas dos jornais de hoje é ver o Brasil reduzido à imundície pelo golpe de Estado que o “moralismo” da Lava Jato, que se tornou bandeira política para a ruptura do regime democrático.
O país que veta R$ 1 bilhão para o Fundo da Educação Básica mas paga quase dez vezes para especuladores que se servem da operação para escapar de bolso cheio do mercado de risco das ações, que só deve ser da “liberdade” quando dá lucros.
O país que está às voltas com o drama da escassez de energia (mesmo com a chuvas fartas, estamos com os reservatórios do Sudeste e do Nordeste, 80% do total do país, em níveis abaixo dos de janeiro de 2017) corre para atropelar a venda da Eletrobras, o caminho que nos tirou do drama elétrico nos últimos 50 anos.
A Embraer, que se alimentou de dinheiro estatal ( R$ 86 bilhões, só 25% menos que a Petrobras, de empréstimos do BNDES) para ser a vigorosa empresa que é hoje, prestes a ser entregue à Boeing e, com ela, todo o conhecimento aeronáutico – inclusive o militar – que passará a empregar muitos engenheirios, nos EUA, claro, porque os latidos de cachorro pequinês do Governo brasileiro já viraram ronronar de gatinhos.
Roberto Jefferson, o inesquecível, derrama suas lágrimas ao assumir, através da filha, um Ministério.
Carlos Marun, que é o neojefferson da política, sacoleja suas enxúndias para anunciar que o candidato do Governo às eleições pode ser Alckmin, como pode ser Henrique Meirelles, como pode ser Rodrigo Maia, como pode ser Luciano Huck, como pode ser Michel Temer, até.
Como pode ser qualquer um que não seja Lula, porque até Jair Bolsonaro, o ex-nacionalista, não dá um pio contra nada do que se escreveu acima. Certo, os perigos porque passa o país são os casamentos gay, não é?
“É o que temos”, como disse Fernando Henrique Cardoso, que anda correndo para explicar que o candidato pode ser qualquer um, mas que ele apóia – ô! – Geraldo Alckmin, que Marun e temer podem apoiar também.
O panorama é devastador, mais que desanimador.
O resultado de três anos de histeria deixam um panorama de terra arrasada na vida pública brasileira e na vida de milhões de pessoas arrastada de volta á pobreza e à miséria.
E como o que têm a oferecer ao povo brasileiro é este desastre, precisam como nunca tirar-lhe o direito de escolher o que quer, pelo voto.
Porque o direito de escolher pode-se tirar, nas ditaduras tradicionais, pela proibição de eleições.
Ou, no autoritarismo que passamos a viver, onde o poder sem voto dos juízes passou a ser total e incontestável, impugnando o candidato que representa a negação deste Brasil calcinado pelo fogo da crise.
Ninguém com um mínimo de inteligência pode acreditar que disso possa sair um governo legítimo.
Mas isso não vem ao caso, desde que seja um governo dócil, que afinal conduza este teimoso país à destruição total.
Tijolaço
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