quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Produção industrial tem forte queda em dezembro e frustra torcida por retomada


A atividade industrial no Brasil sofreu firme desaceleração no último mês de 2019, com fraqueza em novos pedidos e produção em meio a cortes em vagas de trabalho. Uma medida das exportações sofreu a maior queda em uma década, o que prova que não há retomada da economia, sob o comando de Paulo Guedes.

2 de janeiro de 2020

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

SÃO PAULO (Reuters) - A atividade manufatureira no Brasil seguiu em crescimento, mas sofreu firme desaceleração no último mês de 2019, com fraqueza em novos pedidos e produção em meio a cortes em vagas de trabalho. Uma medida das exportações sofreu a maior queda em uma década.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) calculado pelo IHS Markit caiu a 50,2 em dezembro, ante 52,9 em novembro. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade, mas a queda no número-índice mostrou que o crescimento se deu em ritmo mais brando.

A taxa de dezembro é a mais baixa da atual série de cinco meses de crescimento.

O segmento de bens de capital teve a maior influência negativa no número geral, registrando o primeiro recuo em um ano, tendo como pano de fundo “fortes contrações” em vendas e produção, segundo o IHS Markit.

O crescimento do PMI foi puxado pelas categorias de bens de consumo e intermediários, com ambos registrando expansão em dezembro.

O total de novos negócios mal cresceu em dezembro, com a alta sendo a mais fraca da atual série de sete meses de números positivos.

O desempenho foi pressionado em parte por menores vendas aos mercados internacionais. O componente de novas encomendas de exportação caiu na maior velocidade desde o começo de 2009, com fraca demanda de clientes da América Latina, sobretudo Argentina e Chile.

O subíndice de empregos foi outro a mostrar debilidade, diante da persistente e ampla capacidade ociosa da indústria. O emprego no setor manufatureiro teve o primeiro declínio desde julho, ainda que discreto.

Enquanto isso, os custos dos insumos cresceram de forma ainda mais acelerada, com algumas empresas culpando a depreciação do real frente ao dólar. Contudo, os números mostraram falta de poder de precificação por parte dos produtores de bens, conforme os preços de vendas cresceram em ritmo leve, o menor desde agosto.

À frente, os consultados preveem um cenário melhor, com o otimismo alcançando uma máxima em 11 meses, amparado por previsões de mais negócios, maior investimento e clima econômico favorável.


Brasil 247

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