POR FERNANDO BRITO · 10/01/2020
A expressão, a gosto dos “moderninhos” que fala em “agregar valor” por imagem deveria, no caso da compra da Embraer pela Boeing ser reescrita para “deteriorar valor”.
Embora a carteira de encomendas da empresa ainda seja forte, porque no setor as encomendas são de longo prazo, é impossível que os modelos da ex-brasileira de aviação não sejam fortemente impactados pelo crescente – e irreversível – escândalo envolvendo o 737 Max da norte-americana.
Ontem, o The New York Times divulgou mensagens trocadas internamente na empresa, enviadas aos investigadores federais que atuam no caso e os diálogos não podiam ser piores:
“Você colocaria sua família em uma aeronave treinada no simulador [737] Max? Eu não faria ”, disse um funcionário a um colega em outra troca [de mensagens] a partir de 2018, antes do primeiro acidente. “Não”, respondeu o colega. Em outro conjunto de mensagens, os funcionários questionaram o design do Max e até denegriram seus próprios colegas. “Este avião é projetado por palhaços, que por sua vez são supervisionados por macacos”, escreveu um funcionário em uma troca de 2017.”
Desde o início do ano passado, em números redondos, as ações da Embraer caíram 15%, contra uma valorização de 26% do índice Dow Jones.
Com a paralisação (que tende a ser definitiva) das linhas de montagem do 737 Max, é forte a tendência de que a produção da linha E2 da Embraer seja transferida para lá, ao menos na montagem final das partes.
Tijolaço
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