quinta-feira, 31 de março de 2022

Acabou, Moro

 






A ironia: em nenhum dos dois, a notícia é manchete. Esta fica para João Dória, um candidato que, em tese, tem quatro vezes menos intenção de voto que o ex-juiz e ex-herói da mídia.

Com o perdão póstumo de Augusto dos Anjos, não dá para deixar de pensar em seu clássico “Vês! Ninguém assistiu ao formidável/Enterro de sua última quimera”.

Ainda que Moro possa continuar, por algum tempo, negando que tenha desistido da candidatura, já foi “desistido”, porque nenhum candidato do União Brasil, agora reduzido a um “ex-DEM” aditivado por alguns deputados do PSDB, depois da saída dos bolsonaristas, quer ficar amarrado a um cadáver político.

Aliás, nem mesmo seus novos sócios na empreitada o querem. Seu novo líder, Luciano Bivar, campeão da locação de legendas nas eleições – seu último inquilino, Jair Bolsonaro, foi embora mas deixou muita mobília – vai usar seu nome nas negociações – imagina-se quais – com Simone Tebet e Eduardo Leite, se este quiser a xepa deixada por João Doria.

A Terceira Via, que se mantinha ao menos no imaginário dos jornais, acaba definitivamente e Bivar até sugere “Centro Democrático” como novo rótulo para o arranjo. Má ideia, porque “Centrão” já virou depreciativo.

A eleição não tem outro caminho a não ser o Lula x Bolsonaro, o democracia x fascismo, a civilização contra a barbárie.

E Sérgio Moro, o homem que julgava ter o Brasil a seus pés, como acaba por ocorrer com todas as fraudes, vai para o lixo da história.


Tijolaço

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