Publicado por Juba Maria
12 de março de 2022
Enquanto bandeira da Arábia Saudita tremula, organização de direitos humanos teme “por cada um dos presos” que estão no corredor da morte. Foto: Reprodução/ Wallpapercave.
A Arábia Saudita informou, neste sábado (12), que executou 81 pessoas – incluindo sete iemenitas e um cidadão sírio, no que se acredita ter sido a maior execução em massa da história do país. Os indivíduos mortos teriam sido condenados por terrorismo e outros crimes. O Ministério do Interior, no entanto, não informou como foram realizadas as execuções, embora decaptações com espada já foram recorrentes no país. Em resposta, defensores de direitos humanos mostram preocupação com “prisões injustas”.
Ao citar o Ministério do Interior do país, o Wall Street Journal chegou a informar que a maior parte dos executados eram sauditas. “Mais da metade era da minoria muçulmana xiita”, acrescentou. Em resposta ao assassinato em massa, o grupo de direitos humanos Reprieve usou as redes sociais para protestar. Segundo o comunicado, “o mundo já deve saber que quando [o príncipe herdeiro saudita] Mohammed bin Salman prometer reformas, o derramamento de sangue deve seguir”.
Entenda a versão da Arábia Saudita
De acordo com o comunicado do Ministério do Interior saudita, os indivíduos foram presos e julgados em tribunais supervisionados por 13 juízes em três etapas separadas para cada indivíduo.
No entanto, o sistema judicial saudita é considerado notoriamente injusto por exercer sua autoridade para silenciar e punir dissidentes políticos. Na última sexta-feira (11), o blogueiro saudita Raif Badawi, por exemplo, foi finalmente libertado. Ele cumpriu 10 anos de prisão por supostamente “insultar o Islã”.
Em comunicado, o Ministério informou que os indivíduos haviam sido condenados por cometer vários crimes, incluindo o “assassinato de homens, mulheres e crianças inocentes” e o juramento de “fidelidade a organizações estrangeiras, como Daesh, Al-Qaeda e a milícia Houthi”.
Outros crimes incluem sequestro, tortura, estupro, contrabando de armas e bombas, alvejar residentes, funcionários do governo e locais “economicamente vitais”, além de “viajar para zonas de conflito regional para se juntar a organizações terroristas”, matar policiais, mutilar seus corpos e “plantar minas terrestres para atingir veículos da polícia”.
Entenda o posicionamento do Reprieve sobre execuções
De acordo com o grupo de direitos humanos, a execução acontece depois de o príncipe herdeiro ter dito a jornalistas, na última semana, que planeja modernizar o sistema de justiça criminal da Arábia Saudita.
Ainda de acordo com o Reprieve, no corredor da morte saudita estão alguns “prisioneiros de consciência” (presos em virtude da manifestação de opinião), além de indivíduos presos ainda quando crianças ou mesmo acusados de crimes não-violentos. “Tememos por cada um deles”, escreveu.
Em todo o ano de 2021, foram reportadas, na Arábia Saudita, 67 execuções. Em 2020, foram 27, segundo informações da Reuters.
Diário do Centro do Mundo - DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário