A crise em Mariupol está tendo forte impacto mundial
21 de março de 2022
(Foto: Reprodução)
Reuters - A Ucrânia rejeitou nesta segunda-feira (21) a demanda russa para entregar a cidade portuária de Mariupol, onde os moradores estão cercados com pouca comida, água e energia em uma crise humanitária que está aumentando a pressão sobre os líderes europeus para endurecer as sanções contra Moscou.
O governo da Ucrânia rejeitou os pedidos russos para que as forças ucranianas em Mariupol deponham suas armas em troca de passagem segura para fora da cidade e corredores humanitários a serem abertos a partir da manhã desta segunda-feira.
"Não pode haver nenhuma rendição, deposição de armas", disse o vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, segundo o portal de notícias Ukrainska Pravda. "Já informamos o lado russo sobre isso."
Mariupol sofreu alguns dos bombardeios mais pesados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Muitos de seus 400.000 moradores continuam presos na cidade, enquanto os combates acontecem nas ruas ao redor deles.
Vereshchuk disse que mais de 7.000 pessoas foram evacuadas de cidades ucranianas através de corredores humanitários no domingo, mais da metade de Mariupol. Ele disse que o governo planeja enviar quase 50 ônibus para lá na segunda-feira para novas evacuações.
A Rússia e a Ucrânia fizeram acordos durante a guerra sobre corredores humanitários para evacuar civis, mas acusaram-se mutuamente de violações frequentes desses.
A crise em Mariupol e em outras cidades ucranianas provavelmente terá um forte destaque nas discussões entre os líderes da União Europeia nesta semana, que consideram impor sanções mais duras à Rússia, incluindo um embargo de petróleo.
Os governos da UE retomarão a discussão entre os ministros das Relações Exteriores na segunda-feira, antes que o presidente dos EUA, Joe Biden, chegue a Bruxelas na quinta-feira para reuniões de cúpula com os 30 aliados da Otan, bem como a UE e do Grupo dos Sete (G7), incluindo o Japão.
Diplomatas disseram à Reuters que os países bálticos, incluindo a Lituânia, estão pressionando por um embargo como o próximo passo lógico, enquanto a Alemanha está alertando para não agir rápido demais por causa dos já altos preços da energia na Europa.
O conselho de Mariupol disse no Telegram que vários milhares de moradores foram "deportados" para a Rússia na semana passada. Agências de notícias russas disseram que ônibus transportaram centenas de refugiados de Mariupol para a Rússia nos últimos dias.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse à CNN que os relatos de deportação eram "perturbadores" e "inconcebíveis" se verdadeiros, mas disse que Washington ainda não os confirmou.
A Reuters não pôde verificar de forma independente as alegações. A Rússia nega atacar civis.
Brasil 247
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