sexta-feira, 29 de julho de 2016

A hipocrisia brutal de Villa para fugir de Lula. Por Paulo Nogueira

Postado em 28 Jul 2016

Empulhação no grau máximo

A plutocracia brasileira não é apenas corrupta, predadora e compulsivamente golpista.

É também brutalmente hipócrita.

Um pequeno grande exemplo é o de pseudo-historiador Marco Antônio Villa. Villa foi um dos nomes recrutados pelas companhias de mídia em seu jornalismo de guerra contra o PT.

Do nada a que pertencia por mérito Villa se tornou um comentarista multimídia: rádio, tevê, jornal, internet. Sempre com uma função: agredir o PT, particularmente Lula.

Villa se tornou uma fábrica de injúrias e difamações, com sua vozinha fina como a de Moro e sua completa inconsequência em acusar sem provas.

Depois de uma eternidade, Lula fez o que deveria ter feito há muito tempo: processou Villa. Onde as provas?

Soube hoje que Villa recorreu a uma manobra jurídica para escapar de Lula. Até aí, tudo bem.

O extraordinário, pelo despudor canalha, é a argumentação de Villa na peça. Ele afirma que não teve a intenção de “enxovalhar” a imagem de Lula.

Quem acredita nisso acredita em tudo, na grande frase de Wellington.

Um juiz sensato deveria rechaçar o pleito de Villa apenas por causa daquela mentira cínica.

Qual foi sua intenção ao chamar Lula cotidianamente de barbaridades como chefe de quadrilha e réu oculto do Mensalão? Promover Lula? Melhorar sua estoestima? Elevar o nível do debate político nacional?

Villa só não destruiu Lula porque é insignificante.

É o farisaísmo o que mais incomoda em Villa e na direita. Seria mais honesto e transparente a Globo, a Veja, a Folha dizerem: “Perseguimos Lula porque ele se preocupa com os pobres e, se depender dele, nossas mamatas estão em risco.”

Esta é a verdade real.

Eduardo Cunha, por exemplo, sempre foi um conhecido larápio na política. Mas a mídia jamais se incomodou com isso, mesmo quando ele ganhou o vital posto de presidente da Câmara. Um ladrão na linha de sucessão presidencial: e daí?

Mas ele foi preservado e protegido pela imprensa porque é um fâmulo da plutocracia. Roubou para si, mas muito mais para os plutocratas.

Por isso teve vida mansa, e ainda hoje está aí livre, oferecendo churrasco numa mansão em Brasília paga pelo contribuinte que já deveria ter abandonado há muito tempo.

Com Lula é o extremo oposto.

Tipos como Villa, contratados em massa pelo jornalismo de guerra pós-2003, chacinam Lula ininterruptamente.

É uma coisa indecente, e ainda mais quando somos forçados a ouvir de fâmulos dos barões da mídia como Villa que a intenção não era “enxovalhar”.

Repito: apenas por isso, a mentira no grau máximo de empulhação, o pleito de Villa deveria ser rasgado em pedaços, em praça pública.

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.



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