A presidência interina do Uruguai terminou ontem, mas a transferência do comando do bloco para a Venezuela não ocorreu porque uma reunião prevista para hoje foi cancelada depois que Brasil e Paraguai questionaram a passagem do bastão para o governo de Nicolás Maduro; ontem, em entrevista a correspondentes internacionais, o interino Michel Temer, que assumiu o poder após um golpe parlamentar no Brasil, antes testado no Paraguai, disse que a Venezuela precisa "cumprir requisitos" do bloco antes de assumir a presidência; venezuelanos, porém, reagiram; "É impossível que não se possa respeitar o cumprimento do tratado", disse a chanceler Delcy Rodriguez; enquanto o impasse persistir, o Mercosul continuará acéfalo
30 DE JULHO DE 2016
247 – Desde a manhã deste sábado, o Mercosul está acéfalo. A falta de comando se deve à sabotagem do Brasil, que foi acompanhada pelo Paraguai – curiosamente, dois países que sofreram golpes parlamentares.
Recentemente, o interino Michel Temer pediu ao chanceler interino José Serra que fosse ao Uruguai, acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para convencer o governo de Tabaré Vazquez a não transferir a presidência do bloco à Venezuela.
Os dois fracassaram em sua missão, pois Tabaré disse que o Uruguai cumpre acordos internacionais. Ontem, seu governo encerrou sua presidência interina no bloco, mas a transferência do comando para a Venezuela não ocorreu porque uma reunião prevista para hoje foi cancelada depois que Brasil e Paraguai questionaram a passagem do bastão para o governo de Nicolás Maduro.
Em entrevista a correspondentes internacionais, ocorrida nesta sexta-feira, o interino Michel Temer disse que a Venezuela precisa "cumprir requisitos" do bloco antes de assumir a presidência.
Os venezuelanos, porém, reagiram, "É impossível que não se possa respeitar o cumprimento do tratado", disse a chanceler Delcy Rodriguez, em entrevista à Telesur. "A presidência deve ser transferida sem nenhum tipo de atraso, sem nenhum tipo de desculpa, à Venezuela", afirmou a ministra, de visita em Lisboa.
Leia, abaixo, editorial do jornal Página 12 a respeito:
El Mercosur, acéfalo
El gobierno uruguayo dio por terminado su período en la presidencia pro témpore del Mercosur, sin que Brasil y Paraguay acepten la asunción de Venezuela, como lo ordena el estatuto de la entidad regional. Mañana había prevista una reunión de cancilleres en suelo uruguayo para buscar un acuerdo, pero fue suspendida.
La canciller venezolana, Delcy Rodríguez, consideró como "patadas de ahogado" la negativa de Brasil y Paraguay a que su país asuma la presidencia rotativa del Mercosur. "Es imposible que no se pueda respetar el cumplimiento del tratado", sostuvo Rodríguez.
La ministra venezolana señaló que los estatutos del Mercosur solo establecen dos condiciones para traspasar la presidencia: que el país que la ejerce -en este caso Uruguay- haya completado su período- y que la sucesión se dé por orden alfabético.
Por tanto, la canciller indicó que "debe ser transferida sin ningún tipo de retardo, sin ningún tipo excusa, a Venezuela" y llamó a mantener la "unidad" contra los que pretenden mediatizar "política e ideológicamente" la situación.
Brasil 247
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