sexta-feira, 15 de julho de 2016

DILMA: MEIOS DE COMUNICAÇÃO DERAM O GOLPE


Em entrevista ao jornalista Michel do Rosário, do blog O Cafezinho, a presidente eleita Dilma Rousseff reafirmou que os grandes veículos de comunicação de massa foram decisivos para o golpe contra seu mandato em curso no Senado; "Eu vou falar das grandes empresas. Dos grandes conglomerados de mídia, que tem uma orientação única. Eu acredito que, sem sombra de dúvida, houve por parte desse segmento uma participação protagonística, ou seja, não agiram a reboque de ninguém, foram sujeitos atuantes na estruturação e na organização no processo do meu afastamento. Não tenho dúvida de que participaram da articulação desse golpe", afirmou; Dilma acredita que a partir do golpe, os brasileiros adquiriram "massa critica" para discutir o papel da mídia no Brasil; "Pra discutir as distorções desse papel"; presidente voltou a defender realização de um plebiscito sobre novas eleições e a investida sobre o petróleo brasileiro; leia e veja vídeos

15 DE JULHO DE 2016 


Por Miguel do Rosário, do Cafezinho - Fim de tarde, quarta-feira, 13 de julho de 2016.

O sol declinava rapidamente em Brasília, vazando uma luz fraca pela imensa janela da biblioteca do Palácio da Alvorada, onde eu aguardava a presidenta para uma entrevista exclusiva para o blog O Cafezinho.

A presidenta entrou com seu andar levemente gingado, quase dançante, mas firme. Num homem, diríamos que é um andar enérgico, viril. O seu toque feminino está justamente na ginga, no balanço sutil dos ombros para lá e para cá, e que lhe confere um jeito moleque, atrevido, brasileiro.


Brasília - DF, 13/07/2016. Presidenta Dilma Rousseff durante Entrevista para Miguel do Rosário, O Cafezinho no Palácio da Alvorada. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Ela vem sorrindo, mas um pouco abatida. A minha entrevista fora marcada para as 15 horas, depois adiada para as 17, por causa de reuniões de urgência entre a presidenta e alguns senadores. A entrevista começou enfim pouco depois das 18:00, quando a presidenta devia estar naturalmente cansada após mais um dia exaustivo. Além disso, parecia - como se percebe pela voz - um pouco resfriada.

Antes de ligar a câmera (na verdade, meu celular), mostrei à presidenta o seguinte gráfico, tirado da íntegra do relatório da última pesquisa CNI/Ibope sobre aprovação de governo. Esse gráfico, por razões óbvias, não apareceu na grande mídia. A íntegra do relatório foi publicada discretamente no site do Ibope há alguns dias, e ninguém o comentou, comexceção do Cafezinho.


Como se vê, a partir de junho de 2015, a mídia brasileira passou a agir em "modo golpe". O noticiário sobre o governo passa do altamente negativo para o histericamente negativo, atingindo picos de 75% e 76% às vésperas da votação do impeachment na Câmara.

Assim que a presidente é afastada, porém, as notícias negativas desabam para 40%, enquanto o noticiário positivo vai a 18%, o maior nível desde março de 2014.

A partir desse gráfico, a gente começou a conversar.

Parte 1: o papel da mídia no golpe.

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