terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ninguém aguenta mais explicações sobre a segurança pública


Não nesta linha das justificativas dadas no Rio de Janeiro frente à ofensiva do crime organizado. Lá, desde a semana passada, os criminosos estão em aberto confronto com o poder constituído.

Promovem inúmeros arrastões, incendeiam carros, deflagram tiroteios nas principais vias de ligação da cidade - Linhas Amarela e Vermelha - e metralham postos policiais. Mas, do lado das autoridades, nenhuma assume a real dimensão da tragédia. Ninguém diz que as grandes facções que controlam o crime no Estado - entre as quais o Comando Vermelho - estão, claro, por trás disso tudo.

Todos se lembram da perplexidade e pânico do governo tucano de São Paulo quando o Primeiro Comando da Capital (PCC) impôs-se, pasmem, no maior e mais poderoso Estado do país. O PCC implantou o terror em território paulista com atentados e atos de violência e execuções de autoridades durante semanas - a última destas ofensivas, há pouco, já no 2º semestre deste ano.

Caos já se registrou também em São Paulo

Praticamente impôs à capital, São Paulo, e a várias cidades do interior uma espécie de toque de recolher obrigatório, tamanho o nível de violência e a quantidade de atentados a órgãos e a transportes públicos (incêndios de ônibus e de veículos da polícia e particulares), principalmente na grande ofensiva de maio de 2006.

As explicações, então, eram as mesmas que dá, agora, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame: ele fala que um “pequeno grupo de uma facção criminosa” seria o responsável pela série de arrastões e outras ações que acontecem em diversos pontos da capital e da Região Metropolitana nos últimos dias.

Beltrame descarta, inclusive, um pedido de ajuda ao governo federal para conter a onda de crimes e minimiza o drama quando afirma que são ações pontuais que devem ser combatidas com reforço no policiamento e retomada de operações (leia, também, nota abaixo).

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