sábado, 20 de novembro de 2010

Detran volta a assombrar Yeda Crusius


Lucas Azevedo

A fraude do Detran gaúcho, que desviou cerca de R$ 44 milhões dos cofres da instituição entre 2003 e 2007, voltou a assombrar a governadora Yeda Crusius (PSDB).

Na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) em Porto Alegre, que excluía a governadora de um processo de improbidade administrativa que tramita na Justiça Federal. A sentença do TRF entendia que Yeda era imune à Lei de Improbidade Administrativa, que não se aplicaria a agentes políticos.

Após recurso do Ministério Público Federal (MPF), o relator do processo, ministro Humberto Martins, decidiu que a lei é aplicada, sim, a agentes políticos, incluindo Yeda novamente na questão. Martins chegou a tratar a decisão do Tribunal Regional Federal como “proferida em claro confronto com a jurisprudência do STJ”.

A defesa de Yeda deve entrar com um agravo regimental, pedindo a análise da decisão do relator pelo colegiado. Nessa quinta-feira, o advogado da tucana, Fábio Medina Osório, classificou a decisão como “monocrática”. Segundo ele, a matéria deve ser resolvida novamente no STF após o exame de agravo da Segunda Turma do STJ.

Até o final da tarde desta sexta-feira, nem Yeda ou seu defensor retornaram à reportagem o pedido para comentar a decisão do STJ. Durante a manhã, a governadora utilizou sua página no Twitter para se pronunciar: “Ao povo que lê jornal: esqueçam das manchetes de capa e olhem a medalha que recebi: Zilda Arns, pelo PPV e seus resultados”, escreveu a governadora, fazendo referência à condecoração recebida na quinta-feira durante uma comemoração de aniversário da Brigada Militar. A medalha é uma honraria em homenagem à médica sanitarista fundadora da Pastoral da Criança.

E Yeda foi além. Também criticou o jornal Zero Hora pela sua manchete de capa, destacando a decisão do STJ. “Analisem que a foto de ZH é a medalha, e a manchete ré pelo Detran. Prá quê, Zero Hora? Qual Detran? O meu novo Detran público só elogios? (…) Seria apenas cansativo, se não fosse tão triste o evidente viés da criação de escândalos, o que não me pertence (…) A caravana vai passando. Bom dia.”

Carta Capital

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