A provável e anunciada fusão do PPS com o PSDB, via entendimentos que já se iniciaram entre as duas legendas, não passa de fogo de palha. Os dois partidos, na prática, já estão fundidos.
O PPS há muito tempo é uma sublegenda do PSDB, assim como vários diretórios regionais do PV e mesmo do DEM. A fusão PSDB-DEM-PPS seria uma solução natural para a terceira derrota dos tucanos, mas não resolverá o problema.
A questão principal aí nem é o serrismo, ainda que seus métodos e discurso arcaicos tenham contribuído para a derrota dias 3 e 31 de outubro (1º e 2º turnos), mas a falta de projeto e programa para construir uma alternativa ao PT e à aliança que levou a presidenta Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados) à vitória, o que eles afirmavam ser impossível.
Incapazes de construir alternativa para o país
Os três, PSDB-PPS-DEM, nem mesmo juntos, mostraram-se capazes de construir esta alternativa. Já o PV a partir da filiação e da candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC) tem uma avenida de possibilidades pela frente. Só depende de quem hegemonizá-lo: se o grupo de verdes aliado ao PSDB (onde este é governo) na eleição recente e nos diversos Estados desde sempre, ou se o grupo liderado pela senadora.
O futuro do PV é um se o grupo de verdes que o mantém atrelado ao PSDB obtiver a hegemonia, e é outro se esta for do grupo de Marina Silva e dos empresários e intelectuais, profissionais liberais, acadêmicos e ambientalistas que a apoiaram com sucesso na recente disputa presidencial.
A votação obtida por ela, mesmo levando-se em conta o voto conservador e conjuntural, qualifica-a como liderança nacional, para o que não lhe faltam predicados e história.
Blog do Zé Dirceu
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