quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Uma grave denúncia na política do Amapá


A denúncia de Roberval Araújo, ex-funcionário de uma TV da família do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) é grave e exige urgente apuração. Ela diz respeito a fatos que resultaram na cassação de mandatos do ex-governador do Amapá, então senador João Capiberibe, e de sua esposa, deputada Janete Capiberibe, ambos do PSB, em 2005 e 2006.

Segundo Roberval, o senador Gilvam Borges o procurou dias após as eleições de 2002, para que arranjasse três testemunhas que depusessem contra o casal Capiberibe. Acusados de compra de votos durante as eleições daquele ano, ambos perderam seus mandatos - no Senado e na Câmara - em julgamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

E mais: este ano ainda não sabem se poderão assumir a 1º de fevereiro próximo os mandatos para os quais foram eleitos, por estarem enquadrados agora na Lei da Ficha Limpa. As testemunhas confirmaram a declaração de Roberval Araújo e disseram ter recebido R$ 26,00 pelas declarações.

O ex-funcionário da TV da família de Gilvam Borges afirmou que os depoimentos custaram três casas - uma para cada um dos integrantes do trio - além de um salário mensal de R$ 2 mil. Um montante, inclusive, diz Roberval, repassado pelo irmão de Gilvam Borges.

Agora, o casal Capiberibe tenta reaver seus mandatos. Segundo a sua defesa, porém, mesmo que comprovada a compra dos depoimentos, é "tecnicamente impossível" reverter a cassação porque não há ação retroativa na Justiça Eleitoral. Some-se a isso, o fato de o casal Capiberibe estar agora na dependência de julgamento de seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa.

Blog do Zé Dirceu

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