O “homem de visão” Roger Agnelli perde feio para o ceguinho Aderaldo em matéria de enxergar negócios sustentáveis.
Trocou a possibilidade de fazer navios de porte médio-grande no Brasil de olho gordo na possibilidade de “bombar” a exportação de minério bruto na explosão dos preços antes da crise de 2008.. Naquela hora, as siderúrgicas chinesas devoravam minério e aceitavam carga até em lombo de burro, se fosse o caso.
Pensou que os chineses eram como os governantes brasileiros que venderam a Vale e trabalham na base do “pode entrar que a casa é sua”.
O resultado todos viram. E, anuncia agora a agência Reuters, o Berge Everest, primeiro navio da superfrota agneliana que conseguirá desembarcar na sua carga de minério o fará…. nas Filipinas, de onde será reembarcado em navios menores, como os que tinha a Docenave, que Agnelli detonou entre 2001 e 2003.
Porque o Berge Everest, construído na China, no Bohai Shipbuilding Heavy Industry, só pôde desembarcar dólares, milhões deles, em território chinês. Ferro, não pode.
Passa pela cabeça de alguém que um projeto de construção de quase três dúzias de meganavios possa ter sido tocado sem um estudo adequado das condições de aceitação de um “player” deste porte no mercado de fretes marítimos de minério? E que os navios sejam incorporados nesse ritmo vertiginoso, de tal maneira que os problemas encontram já uma superfrota na água, sem chance de revisão nos planos?
Já nem estamos falando do que poderia ter sido feito aqui, dos acordos para a implantação de estaleiros no Brasil, do aproveitamento, neles, do ferro que a Vale produz e do aço que não produz, porque Agnelli dizia ser mau negócio produzir aço.
Nem estamos falando, portanto, de querer algo do Brasil senão esburacá-lo o mais rápido possível. Mas de um mínimo de capacidade de gestão estratégica, aquela que lhe cantavam em prosa e verso os nossos colunistas.
Como era aquela história, mesmo, do “interesse dos acionistas”?
Tijolaço - Dep. Brizola Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário