quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fim de crise para Dilma, que atinge Aécio e Campos





No sobe e desce da eleição, presidente sai por cima em caso da compra da refinaria de Pasadena, que consumiu rios de tinta da mídia tradicional; senador tucano é surpreendido por denúncia de aeroporto feito em fazenda de seu tio-avô, em Cláudio, Minas; ex-governador de Pernambuco sofre com investigação da PGR sobre relação entre o PSB e o Pros, sob suspeição de propina; TCU isentou Dilma Rousseff por negócio feito por diretores da Petrobras; Aécio Neves se bate para explicar plenamente decisão tomada como governador de Minas Gerais; Eduardo Campos experimenta revés em seus domínios; mudanças contínuas

23 de Julho de 2014 às 22:03



247 – Para o bem ou para o mal, um dia após o outro faz mesmo muita diferença. Especialmente numa disputada eleição presidencial. É o que se vê, nesta quarta-feira 23, entre os três principais candidatos ao Palácio do Planalto.

A presidente Dilma Rousseff, que passou os primeiros quatro meses do ano pressionada pelo caso Pasadena, acaba de ultrapassar essa crise. O senador Aécio Neves, até aqui flanando na ausência de problemas sérios a resolver, encontrou uma para ele administrar no caso do aeroporto instalado na fazenda de seu tio-avô, em Cláudio, quando ele era governador do Estado. No cargo, em Pernambuco, Eduardo Campos determinou desapropriação de terrenos na Zona a Mata, mas se tornou candidato a réu em ação popular impetrada por advogado. Além disso, vai ter de administrar autorização de abertura de investigação regional, determinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre relacionamento entre o PSB regional e A inversão de papéis se dá num momento em que, com sinais trocados, a candidata a reeleição pelo PT e o postulante pelo PSDB são vistos de maneiras díspares pelos chamados analistas de pesquisas. Enquanto Dilma passaria a enfrentar problemas para vencer em primeiro turno, Aécio seria um duro adversário na segunda volta. Antes das projeções, porém, a situação se inverteu entre eles.

Com uma decisão facilmente compressível, o Tribunal de Contas da União manteve o entendimento de que a compra da refinaria de Pasadena, pela Petrobras, deve continuar sendo investigada por suspeita de ter sido lesiva aos cofres da estatal. Mas esclareceu que a então presidente do Conselho de Administração não teve nada a ver, absolutamente nada, com evetuais maracutaias praticadas entre diretores. Hectolitros de tinta preta foram gastos pela mídia tradicional para atribuir responsabilidade à presidente no caso, mas muito menos devem ser usados para mostrar que, após investigação, ela foi isenta.

Com o senador Aécio Neves está acontecendo diferente. Até aqui, ele não enfrentou nenhum grave problema em seu passado de administrador público. Duas vezes governador de Minas Gerais, ele se surpreendeu, dias atrás, com a denúncia de que teria, no cargo, construído um aeroporto, ou pista de pouso, dentro de uma fazendo de seu tio-avô, com pagamento de R$ 1 milhão pela compra. Com duas opiniões jurídicas de peso a seu favor, dos ex-presidentes do STF Carlos Velloso e Ayres Brito, ainda assim Aécio tem de ser explicar quando gostaria de, apenas, estar atacando.

A troca de posição entre os dois primeiros colocados nas pesquisas tende a continuar, por um ou outro motivo, acontecendo. Afinal, trata-se de uma disputa que os dois lados – com o acréscimo, é claro, do tudo o que pode ser feito pelo presidenciável Eduardo Campos em termos de crescimento – consideram a mais acirrada desde 2002, quando o ex-presidente Lula chegou ao poder. Um tira-teima histórico no qual quem está por cima num dia, pode experimentar o inferno astral no outro.
 
 
Brasil 247

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