sábado, 30 de agosto de 2014

Artigo de Fernando Rodrigues é uma fraude



Há pouco lemos em um dos mais importantes portais brasileiros, artigo do jornalista Fernando Rodrigues, intitulado “Zé Dirceu sobre Marina Silva: ‘ela é o Lula de saias’”. O artigo é uma invenção ou seu autor foi complacente com fontes mentirosas. Nós, da equipe do blog do ex-ministro José Dirceu, podemos assegurar que ele, desde que iniciou o cumprimento de sua sentença a 15 de novembro pp., não manteve qualquer contato com a imprensa.

Não deu entrevistas, não prestou declarações, não assina artigos. Não há jornalista que possa nos refutar e dizer o contrário.

Atribuir-lhe o que lhe imputa o artigo não passa, portanto, de manobra para lançar dúvida e confusão na militância petista, numa sordidez inominável por recorrer ao nome de alguém que está impedido de se manifestar. Nós o fazemos pela certeza que temos de sua indignação e porque ele jamais admitiu que seu nome seja usado indevidamente.

Dirceu, sem mágoa sem rancor

O ex-ministro, podemos garantir, não guarda qualquer mágoa da presidente Dilma Rousseff que, em sua avaliação, sempre se portou à altura de seu cargo, de sua história e de seu caráter. Não poderia, portanto, ter comparado Marina Silva ao ex-presidente Lula, como sugere o título do artigo em causa.

Até porque o ex-ministro mantém-se absolutamente convicto de que as forças populares reúnem todas as condições para vencer mais esta batalha e para reeleger a presidenta Dilma para mais quatro anos de mandato contra as candidaturas sustentadas pelas elites do país. Sua confiança no Partido dos Trabalhadores e em sua militância segue inabalável.

Condenado injustamente, ele não pode se juntar à campanha eleitoral em curso ou travar diretamente o embate contra os que se dedicam a interromper o projeto histórico que ajudou a construir, de um governo democrático e representativo das forças populares.

Ao final, cumpre acrescentar que o ex-ministro, mantém-se onde sempre esteve: nas fileiras da esquerda, dos trabalhadores e do povo, confiante e com a certeza de que o Brasil pode e deve seguir avançando nas mudanças iniciadas em 2003.
 
 
Blog do Zé Dirceu

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Uma eleição reduzida aos banqueiros: PIB menor, bolsa em alta, Itaú derrota Dilma e mercado elege Marina

publicado em 29 de agosto de 2014 às 20:22

 
De nada!

Da Redação:



do G1

Vamos ver se entendemos direito:

1. O mercado financeiro dispara às custas de especulação eleitoral, praticamente depondo Dilma Rousseff do Planalto;

2. A “educadora” Maria Alice Setubal, a Neca, acionista do Banco Itaú, foi uma das coordenadoras do programa de governo de Marina Silva. O programa de Marina Silva, socialista, apresentado oficialmente hoje, como pode-se ver abaixo promete “assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível, de forma institucional, para que ele possa praticar a política monetária necessária ao controle da inflação”. Ou seja, as pessoas eleitas pela população para representá-la não vão apitar nada na chamada macroeconomia; elas que se virem na microeconomia. E se der na telha do BC provocar recessão e desemprego para controlar a inflação? As pessoas não vão apitar, através de seus representantes eleitos, nos aumentos das taxas de juros que eventualmente beneficiem a acionista Neca, rentistas e banqueiros. BC independente de quem?



Para fechar o círculo perfeito, o Itaú informa a clientes, ainda segundo o G1, que a bolsa subiu porque a derrota de Dilma foi “precificada”, ou seja, a presidente foi sacrificada no altar dos que vão se beneficiar da implementação de um programa de governo que uma acionista do Itaú ajudou a escrever.



Tudo isso com você, caro eleitor, apenas assistindo.

Para completar, nas 242 páginas do programa de governo de Marina Silva, já “eleita” pelo mercado, há um eixo inteiramente dedicado a “aprofundar” a democracia e aumentar a participação popular. Se depender do que está escrito lá, o brasileiro vai poder apitar em absolutamente tudo, desde que deixe SÓ a macroeconomia na mão dos banqueiros.

Falta inventar alguma coisa?


Viomundo

Há um novo Collor na praça

30 de agosto de 2014 | 00:24 Autor: Fernando Brito




Há menos de um ano, Marina Silva não conseguia reunir meio milhão de assinaturas para formar sua Rede Sustentabilidade.

Hoje, diz o Datafolha, ela teria 100 vezes mais pessoas – 51 milhões de brasileiros – dispostos a entregar-lhe não o comando de um partido, mas o comando de suas vidas e seu destino.

Mesmo que a gente já saiba que pode haver aí alguma “bonificação” das pesquisas, é um fato concreto que ela é a candidata de uma parcela expressiva de brasileiros.

A ilusão de que não há um fato real turbinado no irrealismo estatístico das pesquisas é um erro que só nos leva à confusão e à perda da capacidade de combate.

Os números podem ser irreais, o que importa? É apenas parte da máquina de propaganda que já se enfrentou e sabia-se que não seria diferente agora.

O projeto de Brasil justo e desenvolvido está, de fato, em perigo.

O que produziu isso?

A resposta é a mais simples possível, evidente a todos: a mídia.

Nada se parece mais com Marina Silva que a eleição de Fernando Color de Mello.

É um factóide destinado a produzir um único efeito: derrotar Dilma e Lula, como Collor destinava-se apenas a derrotar Brizola e o próprio Lula em 1989.

Só que agora, para derrotar o projeto nacional-desenvolvimentista que ambos representam.

O que era Collor, senão um político local transformado pela mídia em “caçador de marajás”, tanto quanto a “nova política” diz ser a negação dos vícios da democracia brasileira, não importa que reproduzindo e empolgando tudo o que há de mais retrógrado neste país que, sem cerimônia, migra de Aécio Neves para ela?

É um cogumelo – que brotou mais rapidamente, é verdade, porque a mídia, na esteira de uma tragédia, a transformou, em 15 dias, em tudo o que ela não é – mas também algo sem densidade, sem projeto, sem nada que seja a sua imagem de mulher autoritária, sempre capaz de projetar-se como não-política, embora o seja há 20 anos, e uma moralista.

Marina ainda pode ser evitada, mas não com uma campanha insossa e “propositiva”.

Marina não propõe coisa alguma senão o que já propunha Aécio Neves, sem o mínimo sucesso.

Seu trunfo é, alem da exposição nauseante na mídia, a despolitização do país.

Despolitização que boa parte do PT ajudou a se construir.

O Datafolha solidifica o que já está claro para todos.

Marina é a candidata da direita e a sua penetração na juventude e na classe média emergente é fruto de uma visão limitada de que o progresso social, sem a polêmica política, é o bastante para fazer vitorioso um projeto político.

Só há um discurso correto para enfrentá-la: é dizer claramente ao povo brasileiro que ela é a negação deste progresso.

Que, por detrás de sua figura frágil, estão as forças que fizeram tudo o que este país procurou vencer nestes 12 anos.

Mas o PT e o Governo comportam-se de forma tímida e covarde diante disso.

Tornaram-se “pragmáticos” e não reagem com a coragem que a hora exige.

Parece que há um temor reverencial que, no máximo, permite-lhes dizer que é inexperiente.

Pode não ser experiente em administração, embora o mais correto seja dizer que nisso é desastrosa.

Mas Marina não é inexperiente, porque há uma década constrói um processo pessoal de poder, pulando de galho em galho e não hesitando em conspirar contra tudo que a tornou uma personagem conhecida.

É preciso dizer claramente ao povo brasileiro o que sua candidatura significa, ainda que isso possa não ser o mais “simpático” eleitoralmente.

Que ela é a candidata das elites que Aécio Neves não conseguiu ser e que suas poucas propostas em nada diferem das do tucanato em ocaso: liberdade total ao capital financeiro, destruição de “era Vargas” que Lula representou, ruína do projeto nacional.

O povo brasileiro não a identifica com isso, até porque ninguém o diz.

Porque a construção da Marina candidata é feita de vazio e não se derrota o vazio sem conteúdo.

Não é desaparecendo ou calando que vamos contribuir para que o povo brasileiro compreenda o que está em jogo.

Nem tratando Marina Silva como uma “pobre coitada” a quem faltaria capacidade.

Ela a tem, sobretudo a de se emprestar às piores causas sob o discurso da moralidade.

Quem não tiver coragem de enfrentar o que ela representa, não merece representar algo diferente.



Tijolaço

Dilma: "Essa recessão técnica é momentânea"



Presidente tentou demonstrar calma com os números da economia após o País ter entrado em recessão técnica provocada pela segunda baixa consecutiva do PIB; segundo Dilma Rousseff, que esteve em Salvador nesta sexta-feira, onde tem agenda oficial e de campanha, a turbulência é momentânea; ela disse que apenas EUA, China e Reino Unido tiveram crescimento e a maioria dos países da América Latina sofreu com a queda do preço das commodities; contudo, Dilma demonstra tranquilidade: "o governo está criando condições para que no próximo trimestre haja uma grande recuperação"

29 de Agosto de 2014 às 17:21



Romulo Faro, do Bahia 247 - Em Salvador nesta sexta-feira (29), onde tem agenda oficial e de campanha a presidente Dilma Rousseff demonstrou que não há motivo para desespero com o fato de o País ter entrado em recessão técnica, provocada pela segunda baixa consecutiva do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo a presidente, a turbulência é momentânea e não será duradoura.

Ela justificou em entrevista coletiva no Senai Cimatec que a queda do PIB foi causada pelo número de feriados, "o maior da história", segundo ela, por causa da Copa do Mundo. A presidente disse ainda que apenas EUA, China e Reino Unido tiveram crescimento e a maioria dos países da America Latina – como Chile, Peru e Colômbia – sofreu com a queda do preço das comodities.

Ainda assim, de acordo com a presidente, "o governo está criando condições para que no próximo trimestre haja uma grande recuperação".

Dilma prometeu que se for reeleita vai retomar a reforma política com uma atuação de Estado "sem burocracia" e com redução de impostos na folha de pagamento das empresas e na cesta básica. "O sistema brasileiro está moderno, mas a estrutura política ainda é de 20 anos atrás".
 
 
Brasil 247

Pré-sal: 1ª vítima do plano de governo de Marina



Produção em crescimento de 600 mil barris/dia pela Petrobras no pré-sal não sensibiliza candidata Marina Silva, do PSB; em programa de governo de 250 páginas, coordenado pela herdeira do banco Itaú Neca Setúbal, acento na produção de combustíveis vai mesmo para o etanol, extraído a partir da cana-de-açúcar por uma centena de usinas no País; Petrobras prevê que vendas a partir da exploração das águas profundas possam render mais de US$ 100 bilhões ao País nos próximos dez anos; presidenciável que cresce nas pesquisas vê de outra maneira: "Costumo dizer que o petróleo é um mal necessário. Temos que sair da idade do petróleo"; guinada de 180 graus em relação a estratégias implantadas ao longo de 12 anos nos governos Lula e Dilma poderá ter alta velocidade

29 de Agosto de 2014 às 14:15



247 – O programa de governo da candidata Marina Silva, do PSB – um catatau de 250 páginas, que impressiona pelo volume e foi coordenado pela herdeira do banco Itaú Neca Setúbal, como interface das ideias da presidenciável com o ex-governador Eduardo Campos – já tem uma primeira vítima: o pré-sal. Num eventual governo Marina, o acento tônico da presidente e seus principais auxiliares será na direção de reerguer a cadeia produtiva do etanol, na qual sobressaem usinas que extraem combustível a partir da cana-de-açúcar.

Manter na Petrobras a política de "produção, produção e produção", expressada pela presidente da estatal, Graça Foster, não é, definitivamente, intenção da candidata que sucedeu Campos.

- Costumo dizer que o petróleo ainda é um mal necessário, frisa Marina. Temos de sair da idade do petróleo. Não é porque falte petróleo. É porque encontraremos e já estamos encontrando outras fontes de suprimento de energia.

A partir deste ponto de vista, a prioridade da candidata já está demonstrada na retomada da cultura da cana para alimentar as usinas de etanol. Um compromisso firmado pessoalmente por Marina, na quinta-feira 28, em Sertãozinho, no interior de São Paulo, pela postulante do PSB.

O prenúncio de esvaziamento da área de produção da Petrobras, em caso de vitória de Marina, como já apontam pesquisas de intenção de votos para um possível segundo turno, representa uma guinada de 180 graus na política pública exercida até aqui para a estatal de petróleo. Mesmo tendo ocupado as manchetes em razão da criação da CPI para investigar a compra da Refinaria de Pasadena, a Petrobras está dando um show mundial em termos de obtenção de petróleo. A companhia é a única do mundo a ter aumentado sua produção nos últimos anos. E, agora com um valor de mercado estimado em US$ 100 bihões, voltou a ocupar a ponta no ranking das maiores empresas da América Latina.

A presidente Dilma Rousseff classificou como "leviandade" a maneira como a oposição vai tratando a Petrobras. Ela e Graça Foster trabalham com a certeza de que a estatal já passou pela fase mais difícil de sua história e estaria entrando, exatamente em razão das descobertas e exploração do pré-sal, num círculo virtuoso. Em tempo recorde, após os leilões de exploração em regime compartilhado, com prevalência da empresa nacional, a Petrobras já vai extraindo 600 mil barris/dia em seus poços de águas profundas.

A estatal trabalha com dados objetivos de que está diante de uma reserva natural de 12 bilhões de barris de óleo de boa qualidade. Para Marina, no entanto, o futuro está muito mais no modelo de usinas que empregam cortadores de cana do que na alta tecnologia que envolve a obtenção do "mal necessário".
 
 
Brasil 247

Mantega diz que "não dá para falar" em recessão

 
 
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu há pouco o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre – com queda de 0,6% em relação ao período anterior - à baixa demanda no comércio internacional e também a problemas conjunturais internos, como os efeitos da estiagem - que levou ao aumento do custo da energia elétrica - e ao menor número de dias úteis em junho, devido aos dias de jogos da Copa do Mundo.

Na avaliação de Mantega, mesmo com o fato de ter ocorrido dois trimestres seguidos de queda no PIB - que já havia caído 0,2% no trimestre anterior - seriam necessários mais resultados negativos para se ter certeza de que o país entrou em recessão. Ele assinalou que os primeiros indicativos da produção industrial para o terceiro trimestre já mostram recuperação do crescimento econômico. Ele ainda enfatizou que a inflação também já deu sinais de acomodação, e a massa salarial permanece em alta.

"Na minha opinião, não dá para falar em recessão. Recessão é uma parada prolongada, como ocorreu com os países europeus e ocorre quando há desemprego", avaliou. Ele disse que, no primeiro semestre, o Brasil conseguiu criar 500 mil novas vagas de trabalho.

Para o ministro, o mercado consumidor interno também deve reagir com a liberação de depósitos compulsórios e outras medidas anunciadas na semana passada pelo Banco Central, com a entrada de mais recursos para financiamento de bens duráveis. “Temos um mercado consumidor crescendo e a inadimplência caindo, com possibilidade de aumentar a demanda”, avaliou o ministro.

Como o resultado do PIB ficou aquém do esperado, Mantega disse que, muito provavelmente, o governo vai ter que rever a meta de crescimento de 1,8% prevista para este ano, mas ele manifestou expectativa de que a revisão do resultado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não confirme a queda. Mantega falou no escritório regional da Presidência da República em São Paulo.

O ministro disse que a produção do superávit primário foi afetada com o cenário internacional desfavorável, mas ele mostrou confiança sobre a melhoria no resultado de julho divulgado hoje pelo Tesouro Nacional, que registrou o pior desempenho da série histórica, iniciada em 1997. De acordo com Mantega, os dados indicados pelo BNDES mostram aumento das vendas de máquinas e equipamentos no segundo trimestre e que isso deve repercutir no médio prazo. “Nós temos um dos maiores superávits do mundo e há condições de fazermos um maior ainda”, garantiu.
 
 
Agência Brasil

Pimentel mantém liderança com 33,9%, diz DataTempo



Atrás do candidato ao governo mineiro pelo PT, Fernando Pimentel, está o ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB), com 20,7% das intenções de voto; na terceira posição aparece o ex-deputado Tarcísio Delgado (PSB), com 2,6% dos votos

29 de Agosto de 2014 às 10:16



Pautando Minas - Levantamento realizado pelo DataTempo/CP2 entre os dias 21 e 25 de agosto mostra o candidato a governador Fernando Pimentel (PT) com 33,9% das intenções de voto, com vantagem de 13 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, Pimenta da Veiga (PSDB), que aparece com 20,7%. Tarcísio Delgado (PSB) vem em seguida, com 2,6%.

A pesquisa também mostrou queda no índice de rejeição de Pimentel. Os eleitores que não votariam no candidato da Coligação Minas Pra Você agora são 7,9% do total. Na pesquisa anterior eram 11,8%. O candidato mais rejeitado é Pimenta da Veiga: 10,5% dos entrevistados dizem que não votariam em nenhuma hipótese no candidato tucano

Embora o quadro seja de definição das eleições para governador em um único turno, o DataTempo CP2 testou hipóteses de segundo turno. Pimentel venceria por ampla margem o tucano Pimenta, por 40,9% a 24,8%. Se a disputa hipotética fosse contra Tarcísio Delgado, o petista ganharia por 48,7% a 10%.
 
 
 
Brasil 247

Dirceu: “É uma loucura” - Paulo Moreira Leite


29 de agosto de 2014

por Paulo Moreira Leite

Indignado, ex-ministro desmente a interlocutores versão de que não torceria por Dilma e que até acreditaria em vitória de Marina Silva


Os leitores do blog de José Dirceu tem acompanhado as críticas crescentes do ex-ministro a Marina Silva.

Numa postura coerente com aquilo que se espera de um dos principais líderes do PT, empenhado na reeleição de Dilma Rousseff, Dirceu não deixa passar nada. Quando surgiram dados mais recentes sobre os lucros dos bancos privados, o blog Dirceu perguntou o que os candidatos de oposição “têm a dizer sobre isso, especialmente Marina, apoiada pelo Itau.”

Avaliando a entrevista de Marina ao Jornal Nacional, na qual foi questionada sobre o avião que servia a campanha do PSB, Dirceu observou através do blog: “Marina tenta explicar o inexplicável.”

Estes antecedentes só ampliaram a surpresa de quem leu o blog de Fernando Rodrigues, hoje, onde se fazem afirmações chocantes em torno das opiniões de Dirceu sobre as eleições.
Mencionando “interlocutores” do ex-ministro, o blog diz que Dirceu dá a eleição como caso resolvido — com a vitória de Marina em segundo turno. Mais: afirma que Dirceu estaria dizendo que Dilma, “apenas estaria colhendo o que plantou.” Conforme foi publicado, o ex-ministro guarda uma “mágoa imensa” da presidente, a ponto de dizer que “não está triste por antever a derrota dilmista em outubro.”

Em obediência as regras do regime penitenciário, Dirceu só poderia dar entrevistas se tivesse autorização da Justiça — e não está autorizado a fazê-lo. Mas ele conversou com interlocutores na manhã de hoje, ouvidos pelo blog, a quem fez um desmentido completo.

Disse que a versão publicada é “uma loucura.” Conforme um desses interlocutores, ele chegou a fazer ironias com a versão de que de estaria magoado com Dilma. “Depois de tudo o que eu já passei vou guardar mágoa de alguém?,” perguntou.

Com mais seriedade, Dirceu repetiu mais de uma vez a seu interlocutor que, em se tratando da presidente, “nem haveria motivos para mágoa.” Ele argumentou ainda que Dilma tem lhe oferecido frequentes demonstrações de consideração. Como exemplo, lembrou que fez questão de convidá-lo para a posse no Planalto. “Você sabe o que é isso?”

Falando sobre a definição de que Marina, pela origem social, pode ser chamada de “Lula de saias”, Dirceu argumentou: “Milhares de jornalistas escreveram isso, anos atrás. Mas eu nunca disse nem diria isso hoje. Não tem nada a ver”

Quando lhe pediram para comentar a frase “não está triste por antever a derrota dilmista,” Dirceu mostrou-se indignado, revela seu interlocutor: “Isso seria uma canalhice.”






Paulo Moreira Leite é diretor do 247 em Brasília. É também autor do livro "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA, IstoÉ e Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa". 
 
 
Brasil 247

Entenda a ascensão do Estado Islâmico e o conflito envolvendo o grupo no Iraque

Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo 
 

Na última terça-feira (19), imagens da decapitação de um repórter fotográfico norte-americano pelo grupo Estado Islâmico (EI) chocaram o mundo. Elas evidenciaram a brutalidade da violenta campanha empreendida na Síria e no Norte do Iraque, onde o grupo, no início do mês, invadiu áreas sob controle dos curdos deixando mais de 1 milhão de refugiados. A nova organização, fundada em 2004, a partir do braço iraquiano da conhecida Al Qaeda, tem a proposta de recriar o califado - a forma islâmica de governo, extinta em 1924 -, que representa a unidade política do mundo islâmico e sobrepõe a ideia de pertencimento nacional, extinguir as fronteiras e impor a sharia, a lei islâmica.

“Eles não reconhecem a legitimidade dos Estados que foram implementados no Oriente Médio, a partir dos interesses ocidentais, e então, simbolicamente, por exemplo, queimam os passaportes, as identidades nacionais. Eles querem criar uma identidade árabe, mas com base numa sustentação sunita do Islã”, explica o professor da Universidade de Brasília (UnB) Pio Penna, diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (Ibri).

Segundo Penna, a desestabilização do governo xiita no Iraque, que não soube se articular com os sunitas, outro ramo do islamismo, e com os curdos, etnia que vive no Norte do país, foi o cenário propício para a expansão do Estado Islâmico. “O governo xiita não soube fazer uma composição adequada e sua legitimidade foi erodida. O Estado Islâmico foi explorando essas brechas, principalmente na Região Norte do país”, disse. Para o professor, os Estados Unidos não conseguiram cumprir a promessa de levar democracia ao Iraque após a invasão de 2003, que resultou na queda de Saddam Hussein, e o Estado iraquiano foi se “esfacelando”.

“O nome inicial era Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que é a região da Síria. Eles ganharam tanta confiança que mudaram o nome para Estado Islâmico, tirando a dimensão regional. A noção do califado é voltar ao império árabe muçulmano”, diz Penna.

Grandes potências, como os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido e a França, elevaram suas preocupações nos últimos dias e anunciaram a ampliação do apoio, com efetivos militares e armas, à resistência contra o EI – composta por curdos e xiitas, no Iraque.

Ontem (21), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que o Estado Islâmico é uma ameaça "que ultrapassa tudo o que conhecemos" em se tratando de terrorismo. “O Estado Islâmico vai mais longe do que um grupo terrorista. Alia ideologia e sofisticação com conhecimento militar, tático e estratégico. E é extremamente bem financiado", disse. "Devemos estar preparados para tudo", destacou.

Desde 8 de agosto, o governo norte-americano realiza ataques aéreos a alvos do Estado Islâmico. Apesar das ameaças do grupo de matar outro jornalista refém, caso os ataques não fossem interrompidos, os Estados Unidos mantêm as ofensivas no Norte do Iraque, em apoio às forças curdas.

O diretor-geral do Ibri avalia que a tendência é que o grupo seja contido, mas não erradicado, e controle alguns territórios da Síria e do Iraque por muito tempo. Além disso, os curdos, que há tempos reivindicam um Estado próprio, podem sair fortalecidos ao conter o avanço do EI.



Saiba mais sobre o conflito:



Grupos religiosos islâmicos: xiitas x sunitas


Sunitas: maior corrente do islamismo, o nome deriva de Suna, livro biográfico com os ensinamentos do profeta Maomé e considerado a segunda fonte da lei islâmica após o Alcorão. Representam quase 90% da população muçulmana. No Iraque, no entanto, não passam de 20%. Os sunitas, originalmente, tinham uma interpretação mais flexível dos textos sagrados e ação política e religiosa mais conciliatória e pragmática, permitindo diálogo maior com outras religiões. Para os sunitas, não é preciso descender de Maomé para ser um bom califa. Grupos como o EI e a Al Qaeda, além de ditadores como Saddam Hussein, pertencem ao grupo sunita.

Xiitas: Representam cerca de 10% dos muçulmanos, mas, no Iraque, são 60% da população, concentrada principalmente no Sul. Seguem princípios mais rígidos e acreditam que apenas os líderes descendentes da família de Maomé são aprovados por Alá e, portanto, têm capacidade de tomar as decisões mais acertadas. Os confrontos com os sunitas começaram no ano 632, com a morte do profeta, seguida pela disputa sobre quem o sucederia como califa. Perseguidos nos governos sunitas do Iraque, chegaram ao poder após a deposição de Saddam Hussein.



Etnias: Árabes e Curdos


Árabes: São o maior grupo étnico do Oriente Médio, com cerca de 350 milhões de pessoas. Originário da Península Arábica, formada por regiões desérticas, se espalhou a partir do século 7, com uma grande corrente migratória impulsionada pela expansão do islamismo. O maior fator de unidade entre os árabes não é a religião, mas sim o idioma. São maioria no Egito, na Jordânia, na Síria, no Líbano, no Iraque, nos países da península Arábica e na Palestina.

Curdos: Grupo étnico nativo da região que abrange áreas do Irã, Iraque, da Síria, Turquia, Armênia e Azerbaijão, chamada Curdistão, com 500 mil quilômetros quadrados. Falam o idioma curdo e são mais de 26 milhões de pessoas, representando o maior grupo étnico sem Estado do mundo. No Iraque, representam 15% da população e, embora lutem por um Estado independente próprio, são importantes para a luta do país contra o EI na fronteira do Norte.

Yazidis: Minoria que faz parte da etnia curda, mas se diferem da maioria por sua religião, que mistura várias tradições e era praticada pela maioria dos curdos até a expansão do islamismo, durante a Idade Média. Os yazidis acreditam em reencarnação e não seguem nenhum livro sagrado. Creem que Deus colocou a Terra sob a proteção de sete divindades (anjos), sendo o principal deles Malek Taus, o Anjo-Pavão, conhecido, no Alcorão, como Satanás. Por isso, são chamados de “adoradores do diabo” pelos muçulmanos e foram perseguidos por séculos. Nos últimos dias, o EI expulsou milhares de yazidis de seu reduto, a cidade de Sinjan, no Norte do Iraque. Parte deles está recebendo treinamento bélico no Curdistão. Além do EI, sua população também luta contra a sede, a fome e o calor.



Estado Islâmico: Também conhecido como Isis, sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria, o Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano extremista fundado em outubro de 2004 a partir do braço da Al Qaeda no Iraque. É formado por sunitas, o maior ramo do islamismo. Entre os países muçulmanos, os sunitas são minoria apenas entre as populações do Iraque e do Irã, compostas majoritariamente por xiitas. Em janeiro deste ano, o EI declarou que o território sob seu controle passaria a ser um califado, a forma islâmica de governo, extinta em 1924, que representa a unidade política do mundo islâmico e que sobrepõe a ideia de pertencimento nacional, pregando o fim de fronteiras e a imposição da sharia. Abu Bakr Al Baghdadi, que liderou o braço da Al Qaeda no Iraque, foi nomeado califa, ou líder, sucessor do profeta Maomé. Em fevereiro, a rede Al Qaeda anunciou que não apoiava o EI, apesar de defenderem o mesmo tipo de ideologia jihadista.

O sunitas radicais do EI consideram que os xiitas são infiéis e devem ser mortos. Aos cristãos, os extremistas dão três opções: a conversão, o pagamento de uma taxa religiosa ou a pena de morte.

No Iraque, o EI tenta se aproveitar da situação conflituosa entre curdos, árabes sunitas, cristãos e xiitas, que atualmente governam o país, para ampliar sua área de controle. Lá, tem a simpatia dos iraquianos sunitas, que estiveram no poder durante as décadas de governo Saddam Hussein, perseguindo a maioria xiita. Atualmente, os sunitas são perseguidos pelo governo xiita. Na Síria, o EI também tem a simpatia de parte dos rebeldes que lutam contra o governo de Bashar Al Assad.

A maior parte dos militantes do EI vem de nações árabes, entre elas, a Arábia Saudita, o Marrocos e a Tunísia. Estima-se que cerca de 3 mil cidadãos de países ocidentais também estejam entre os combatentes. Alguns levantamentos indicam que as nacionalidades dos voluntários do EI chegam a mais de 80.

Embora ainda não haja comprovação, as suspeitas indicam que boa parte dos recursos que financiam o grupo vêm de doadores privados de países do Golfo Pérsico. Apesar do apoio de combatentes de várias nacionalidades, o extremismo e a crueldade com que o EI atua é visto como ameaça pelos próprios sunitas moderados, que detêm o poder político em outros países da região, como Jordânia, Arábia Saudita e Turquia.



Sharia: Direito Islâmico. Em várias sociedades islâmicas não há separação entre religião e legislação, dessa forma, as leis são baseadas nas escrituras sagradas e nas interpretações dos líderes religiosos.



Jihadistas: Em árabe, jihad significa empenho, esforço. No islamismo, é entendida como luta consigo mesmo em busca da fé perfeita e o esforço para levar a religião islâmica a outras pessoas. De acordo com o Alcorão, livro sagrado do Islã, baseado na vida do profeta Maomé, quem participa da jihad alcançará a felicidade no paraíso. É usada pelos extremistas para justificar ações terroristas contra populações consideradas “infiéis” por não seguirem os mesmos princípios religiosos. No Ocidente, a jihad é comumente chamada de “guerra santa” e, por esse motivo, os militantes do EI são chamados de jihadistas. Na Idade Média, quem liderava a jihad era o califa, representado hoje por Abu Bakr Al Bagdadi.




Agência Brasil

O BRASIL E OS PRÓXIMOS ANOS

28/08/2014 


 


 
 Autor:  Mauro Santayana
 
 
(Jornal do Brasil) - À medida que estamos mais perto da eleição, se evidencia também a necessidade de avaliar as opções estratégicas que aguardam o Brasil nos próximos anos.
Hoje, muita gente acha que se nos aproximarmos muito do mundo em desenvolvimento, como a América do Sul, África e as potências emergentes às quais estamos unidos no BRICS - Rússia, Índia, China, África do Sul - estaremos nos afastando cada vez mais da Europa e dos EUA. 
 

Há, entre certos tipos de brasileiros, os que continuam cultuando apenas o que existe em Nova Iorque, Miami ou Paris, como se não existisse mais nada neste mundo, e os arranha-céus mais altos do planeta não estivessem sendo construídos – para ficar apenas no símbolo de modernidade e pujança das “skylines” que fizeram a fama dos EUA – em cidades como Moscou, Dubai, ou Xangai. 
 

Ataca-se a China por censurar o Google, mas não se atacam os EUA por usarem a internet para espionarem e chantagearem milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo nações de quem se dizem “aliados” como é o caso do Brasil e da Alemanha. 
 

Atacam-se os países do MERCOSUL por nos impor barreiras comerciais, mas não a Europa e os Estados Unidos por terem feito conosco exatamente o mesmo, nos últimos 200 anos, bloqueando – sempre que puderam - o desenvolvimento de tecnologia em nosso continente e absorvendo, antes e depois de nossa independência, basicamente matérias-primas.
Muitos esquecem que o MERCOSUL, com todas suas barreiras, continua o maior, e, às vezes, o único destino para nossas manufaturas. Que só para países como a Venezuela temos aumentado nossas exportações nos últimos anos. 
 

Isso, enquanto têm diminuído nossas vendas e nossos ganhos – e os do resto do mundo - com a Europa e os EUA, no esteio das consequências de uma crise que já dura vários anos e que teve sua origem na desorganização e irresponsabilidade de do sistema financeiro que está sediado ao norte da linha do Equador.
A pergunta que cabe que nos façamos nos próximos anos é a seguinte: a que mundo pertencemos?
Ao da Europa e dos EUA, que sempre nos trataram como colônia e cidadãos de segunda classe a ponto de termos tido milhares de brasileiros expulsos de seus aeroportos há pouquíssimo tempo? 
 

Ou ao mundo em desenvolvimento, onde a cooperação e a necessidade de agregar centenas de milhões de pessoas a uma vida mais digna abre a porta para a oportunidade da realização de acordos e negócios que podem influenciar e melhorar também nosso futuro?
Assim como ocorre na área comercial e diplomática, o Brasil precisa melhorar sua condição de negociação com os EUA e a Europa na área de defesa, usando, para isso, a perspectiva e a ameaça, sempre presentes, de nos aproximarmos, também nessa área, cada vez mais dos BRICS. 
 

Os Estados Unidos e a Europa sempre se mostraram refratários a transferir tecnologia sensível ao Brasil e a outras nações latino-americanas.
Os avanços conseguidos nesse campo pelos governos militares foram feitos a fórceps, como ocorreu nas áreas bélica e aeroespacial, depois do rompimento, pelo Governo Geisel, dos acordos de cooperação com os EUA na área militar, e a aproximação com a Alemanha no campo da utilização pacífica da energia atômica.
Os países “ocidentais” só aceitam transferir um mínimo de tecnologia bélica para países como o Brasil, quando a isso se veem obrigados pelas circunstâncias.
Isso ocorre no caso em que estejamos prestes a alcançar certos avanços sozinhos – e aí eles se aproximam para “monitorar” e “medir” nossos avanços- ou se tivermos outros parceiros, como China ou Rússia – dispostos a transferir para nossas empresas, técnicos ou cientistas, esse conhecimento. 
 

Depois do tímido esforço de rearmamento iniciado na última década, virou moda, nos portais mais conservadores, se perguntar contra quem estamos nos armando, se vamos invadir nossos vizinhos, ou, ridiculamente combater os Estados Unidos. 
 

Muitos se esquecem, no campo da transferência de tecnologia na área de defesa, que sempre fomos tratados pelos Estados Unidos como um inimigo ao qual não se deve ajudar, em hipótese alguma, a não ser vendendo armas obsoletas ou de segunda mão. 
 

No programa FX, de compra de caças para a Força Aérea, a BOEING norte-americana só concordou em transferir tecnologia para a Embraer – acordo que teria, antes de concretizado, de ser aprovado pelo congresso norte-americano – depois que os franceses, com o RAFALE, e os suecos, com o GRIPPEN NG BR, já tinham concordado em fazer o mesmo. E isso quando vários oficiais da Força Aérea brasileira se manifestavam nos fóruns, torcendo abertamente pelo SUKHOI S-35 russo. 
 

O melhor exemplo do que pode ocorrer, em caso de conflito, principalmente com algum país ocidental, se dependermos da Europa ou dos EUA para nos defendermos, é o argentino.
Na Guerra das Malvinas, as mesmas empresas que, antes, forneciam armas e munição para que o Regime Militar massacrasse a população civil, em nome da “guerra interna”, das “fronteiras ideológicas” e do “anticomunismo”, deixaram de fornecer armas e peças de reposição às forças armadas daquele país, para que não fossem usadas contra a Inglaterra. 
 

Os Estados Unidos só concordariam em fornecer armamento avançado ao Brasil, mas nunca no nível do deles, caso aceitássemos nos transformar em seus cães de guarda na América do Sul, como o faz Israel no Oriente Médio; ajudássemos a criar uma OTAN no hemisfério sul; ou concordássemos, como é o caso da Itália ou a Espanha, em participar em “intervenções” como as feitas por Washington em países como a Líbia, o Iraque e o Afeganistão, correndo o risco de indispor-nos com milhões de brasileiros de origem árabe e de virar, de um dia para o outro, alvo de ataques, em nosso próprio território, de organizações radicais islâmicas. 
 

Nos últimos anos, conseguimos desenvolver uma nova família de armas individuais 100% nacional, as carabinas e fuzis IA-2, da IMBEL; uma nova família de blindados leves, a Guarani, dos quais 2.050 estão sendo construídos também em Minas Gerais; desenvolvemos o novo jato militar cargueiro KC-390, da Embraer, capaz de carregar dezenas de soldados, tanques ligeiros ou peças de artilharia; voltamos a fortalecer a AVIBRAS, com a compra do novo sistema ASTROS 2020, e o desenvolvimento de mísseis de cruzeiro com o alcance de 300 quilômetros; estamos construindo no Brasil cinco novos submarinos, um deles a propulsão nuclear e reator nacional, com a França, um estaleiro e uma nova base para eles; desenvolvemos a família de radares SABER; foi fechada, com transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto com a Suécia, a construção em território brasileiro de 36 caças GRIPPEN NG-BR (foto); conseguimos fazer, no Brasil, a “remotorização” de mísseis marítimos EXOCET; foi fechada a transferência de tecnologia e está sendo desenvolvido, com a África do Sul, o novo míssil ar-ar A-DARTER; foram comprados novos navios de patrulha oceânica ingleses; helicópteros e baterias antiaéreas russas; e aumentou-se a aquisição e a fabricação de helicópteros militares montados na fábrica da HELIBRAS. 
 

Esses projetos, que envolvem bilhões de dólares, não podem, como já ocorreu no passado, ser interrompidos, descontinuados ou abandonados, nos próximos anos, pelo governo que assumir o poder a partir de janeiro de 2015. 
 

Vivemos em um planeta cada vez mais multipolar, no qual os Estados Unidos e a Europa continuarão existindo e seguirão tentando lutando para se manter à tona contra uma lógica – e inexorável – tendência à decadência econômica, militar e geopolítica. 
 

Nesse contexto, os EUA e a Europa têm que ser olhados por nós como potências que estão no mesmo plano, militar ou político, que a China, a Rússia, a Índia ou o próprio Brasil. Como quinto maior país em população e extensão territorial, o Brasil tem a obrigação de negociar, e entrar no jogo, com todas essas potências, de igual para igual, e, nunca mais de forma subalterna. Sob a pena de perder o lugar que nos cabe neste novo mundo e neste novo século. 
 
 
Jornal do Brasil

PIB registra queda de 0,6% no segundo trimestre

Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante 
 
 
 
PIB registra queda de 0,6% no segundo trimestreMarcello Casal / Agência Brasil

 
O Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve queda de 0,6% no segundo trimestre de 2014, em relação aos primeiros três meses do ano. O valor ficou em R$ 1,27 trilhão. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (29) o indicador, que havia caído 0,2% no trimestre anterior.

Já em 12 meses, com o dado do segundo trimestre, há um crescimento acumulado de 1,4%.

O melhor desempenho neste trimestre foi registrado pelo setor de agropecuária, que cresceu 0,2% em relação aos últimos três meses. O PIB da indústria caiu 1,5% e o de serviços, 0,5%, no período.

Quando a comparação dos dados divulgados nesta sexta-feira ocorre com o segundo trimestre do ano passado, a queda atinge 0,9%, com agropecuária sem crescimento e indústria com recuo de 3,4% e serviços com alta de 0,2%.

O único subsetor da indústria que teve resultado positivo no período foi o de extrativismo mineral, com avanço de 3,2%. Entre as quedas nas outras áreas, destacam-se a da indústria de transformação (-2,4%), a de construção civil (-2,9%) e a de eletricidade e gás, água esgoto e limpeza urbana (-1%).

Já o setor de serviços teve recuo puxado pela queda do comércio, que chegou a 2,2%, e pelo resultado negativo do segmento de outros serviços (-0,8%). Serviços de informação tiveram o melhor desempenho, com alta de 1,1%, e também contribuíram positivamente o de atividades imobiliárias e aluguel, que subiu 0,6%.
 
 
Agência Brasil

Primeiro foguete brasileiro com etanol será testado em Alcântara

Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Valéria Aguiar 
 
 
 
Primeiro foguete brasileiro com etanol será testado em AlcântaraArquivo/ IAE

 
O Foguete VS-30 será lançado hoje (29) do Centro de Alcântara, no Maranhão, para testes com o motor movido a combustível líquido, desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Aeronáutica. O 13º voo do foguete está previsto para as 16h, em direção ao Oceano Atlântico.

A carga útil, denominada Estágio Propulsivo a Propelente Líquido, utiliza etanol e oxigênio líquido, explicou o coordenador do projeto, coronel-aviador Avandelino Santana Júnior. “O que estamos tentando obter com este voo são dados do desempenho do motor em elevadas altitudes e condições de ambiente espacial”, disse, explicando que o sistema já é conhecido e foi exaustivamente testado em laboratório.

O objetivo é a utilização do combustível líquido no lançamento de satélites, que suporta massas maiores e maior altitude. Até então, os lançamentos no Brasil eram feitos apenas com propulsores sólidos. “Os maiores satélites colocados em órbita são por meio de motores com carga líquida, mas, até então, o país não dominava essa tecnologia. Com ela, temos a vantagem do desempenho e de operações com maior precisão”, disse o coronel Santana.

Segundo ele, serão abertas novas possibilidades no desenvolvimento de motores e na aplicação em outros veículos aeroespaciais brasileiros.

O voo do VS-30 deve durar em torno de dois minutos e não haverá recuperação da carga útil. O tempo é pequeno, mas suficiente para a transmissão e coleta dos dados da performance do motor do foguete, segundo o coordenador da operação.

Além do combustível líquido da carga útil, o foguete levará um GPS de aplicação espacial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e um dispositivo mecânico de segurança concebido no IAE, denominado Chave Mecânica Acelerométrica.

O coronel Santana explica que o dispositivo funciona como uma torneira, podendo abrir e fechar conforme a necessidade. “Com o propulsor sólido, não temos esse controle, ele vai queimar até acabar, você não consegue reacender um fósforo. A grande vantagem é que ele fornece mais energia para o motor e pode dar várias ignições”, explicou.

A Operação Raposa foi iniciada no dia 12 de agosto e contou com o lançamento de um Foguete de Treinamento Intermediário, no dia 21, que testou os meios associados às atividades de preparação, montagem, transporte, integração, lançamento e rastreio de veículos espaciais e preparou a equipe envolvida para o lançamento principal.

A operação é apoiada pela Agência Espacial Brasileira e conta com a participação de organizações militares subordinadas ao DCTA, ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo e à Marinha do Brasil. Os trabalhos também são acompanhados pela Agência Espacial Alemã.
 
 
 
Agência Brasil

O que é a autonomia do Banco Central? Ela é boa?

Acredite: o regime do órgão responsável pelo sistema financeiro do País influencia diretamente a inflação, as eleições e a sua vida

por Redação — publicado 26/08/2014 15:42, última modificação 26/08/2014 19:09 




 
 Banco Central
 
Prédio do Banco Central, em Brasília



 

O Banco Central entrou no debate eleitoral. Mais especificamente, a forma como ele será gerido. Na disputa pela simpatia do mercado financeiro, Aécio e Marina se opõem à política econômica do governo atual e defendem maior independência do órgão. O governo de Dilma Rousseff, por sua vez, defende que a política econômica do País é uma prerrogativa do Poder Executivo, e que o BC já tem autonomia operacional. Em linhas gerais, o que está em disputa é o conceito geral de como cuidar da economia e, de certa forma, dos rumos da nação: de um lado estão os que defendem a intervenção mínima do governo. Para estes, o mercado pode se autorregular, e um BC totalmente independente é parte do pacote. Do outro lado estão os que defendem alguma intervenção do governo na economia, de forma a garantir que o Poder Executivo eleito pela maioria da população (e não o mercado) seja a voz mais forte na definição das prioridades da economia nacional. O assunto pode soar arenoso ou parecer mera discussão técnica. Mas não se engane: o regime do Banco Central pode influenciar diretamente no dia a dia de sua família. Saiba como:



O que o Banco Central faz?

É responsável pelo sistema financeiro de um país ou de um bloco de países, como no caso da União Europeia. Emite a moeda e fixa a taxa de juros básica, que serve de parâmetro para todas as demais taxas de juro do mercado, como a do seu cartão de crédito. Atua no mercado de câmbio, sendo o principal responsável, em última instância, pela cotação do dólar e do euro, por exemplo. O BC ainda coordena os depósitos compulsórios, mecanismo que garante que o dinheiro de todas as contas e investimentos do País "exista de verdade". Em alguns casos, o Banco Central também empresta dinheiro a bancos em dificuldades, buscando evitar que o país entre em crise.



Quem nomeia o presidente do Banco Central?

No Brasil, o Poder Executivo indica a diretoria. Ou seja, é o presidente da República quem indica o presidente do BC. Também é responsabilidade do Executivo definir suas metas e supervisionar sua execução. É assim que funciona no Brasil. Com as mudanças propostas pela oposição, o presidente do Banco teria um mandato a ser cumprido e não poderia ser demitido, a não ser em circunstâncias extraordinárias, como a comprovação do seu envolvimento em atividades ilícitas.



O que está sendo proposto por Dilma, Aécio e Marina?

O PT de Dilma Rousseff defende a autonomia operacional do órgão, mas argumenta que a economia precisa ser dirigida por aqueles que são eleitos; Aécio Neves (PSDB) defende mais autonomia, mas diz ser mais importante a sinalização que o presidente dá em relação a uma autonomia completa do que uma lei propriamente dita que garanta a independência do BC.

Marina Silva (PSB) é que tem a posição mais firme no sentido de deixar o mercado se autorregular. É a única dos três candidatos à Presidência mais bem colocados nas pesquisas de intenção de votos que defende uma autonomia garantida por lei. Eduardo Campos também defendia maior autonomia do BC.

A posição da candidata difere da que ela defendeu no pleito de 2010, quando disputou o Planalto pelo PV. À época, Marina falava em uma autonomia operacional e não institucionalizada.



Quais seriam as vantagens de uma maior autonomia do Banco Central?

Defensores de uma maior independência do Banco Central, como Eduardo Giannetti da Fonseca, conselheiro econômico de Marina Silva, observam que a independência impede que o Executivo interfira nas decisões do BC. Seria uma forma de manter a entidade mais preservada de pressões políticas e com maior credibilidade. Essa combinação "acalmaria" o mercado e contribuiria, em teoria, para diminuir as expectativas de inflação.



E quais seriam as desvantagens de uma maior autonomia do BC?

Os críticos à independência total do Banco Central argumentam que quem tem de definir a política econômica do País, que tem forte impacto no dia a dia da população, é um governo eleito, e não técnicos financeiros. Para a equipe econômica de Dilma, o governo não pode abrir mão de sua autoridade monetária. Por fim, não há consenso entre os economistas sobre a relação direta entre uma maior independência do BC e menores índices de inflação.



Há algum projeto de lei tramitando no Congresso sobre o tema?

Sim, há um projeto de lei que prevê maior autonomia do BC, de autoria do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), um substitutivo da proposta do senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Pelo texto, os diretores teriam seis anos de mandato. Além disso, caso haja demissão do presidente ou dos diretores do BC pelo presidente da República, isso teria de ser justificado e aprovado pelo Senado, assim como a nomeação. O texto, aprovado pelo plenário do Senado, seguiu para discussão na Câmara e não tem data para ser votado.



Como funciona o Banco Central em outros países?


Como no Brasil, o Federal Reserve (Banco Central norte-americano) é presidido por um nome indicado pelo chefe do Executivo. A diferença é de que lá existe um mandato de quatro anos para o cargo, que pode ser renovado. O presidente dos EUA não tem poder para depor esse mandatário do Federal Reserve, e este deve se reportar ao Senado e à Câmara.

Na Europa, desde 1988 a principal atribuição do Banco Central Europeu (BCE) é administrar o euro. Para isso trabalha em conjunto com os bancos centrais dos países que fazem parte da Zona do Euro.

O Reino Unido faz parte da União Europeia, mas a população votou contra a unificação econômica, então lá circula a libra e não o euro. E é o governo que estabelece quais são as metas de seu Banco Central. O BC britânico, contudo, tem autonomia para determinar qual caminho utilizará para atingir as metas propostas pelo governo.

Vários outros bancos centrais ao redor do mundo têm autonomia formal garantida em lei. Além do Fed e do BCE, os bancos centrais do Japão, Chile e México mantêm certa autonomia em relação às decisões dos governos de seus países.



Carta Capital

Mais reaças que o rei



(Marina, Aécio e Dilma no debate da Band. Foto: Miguel Schinchariol/divulgação) 

 


Entre todos os candidatos presentes ao primeiro debate entre os presidenciáveis na rede Bandeirantes, nem mesmo o pastor evangélico assumidamente de direita foi capaz de dizer que existe uma ameaça à democracia no Brasil sob o governo do PT. Nenhum deles falou que o PT defende censura à imprensa. Nem que os índios estão tomando a terra dos “brasileiros”. Quem fez isso foram dois jornalistas, Boris Casoy e José Paulo de Andrade, escolhidos pela emissora para fazer perguntas (ou editoriais disfarçados de perguntas) aos candidatos.

Casoy e Zé Paulo conseguiram ser mais reaças do que todos ali. Nunca vi, num debate, jornalistas se comportarem como opositores dos candidatos –no caso, Dilma Rousseff, do PT, e Marina Silva, do PSB, porque com o tucano Aécio Neves foram só levantadas de bola para ele cortar. Nunca vi, num debate, um jornalista fazer pergunta para um candidato criticando outro concorrente. Sobriedade mandou lembranças.

Mas o que mais me espantou é que nem Dilma nem Marina e nem mesmo Luciana Genro, do PSOL, candidatas mais à esquerda no espectro político, foram capazes de denunciar, de retrucar com veemência, posturas tão arcaicas quanto às demonstradas pelos dois jornalistas, certamente com o aval dos patrões.

Colhi algumas das pérolas da noite, confiram.

De José Paulo para Luciana com comentário de Dilma:

– A questão indígena, que até no Rio Grande do Sul se agrava, com índios essa semana fazendo policiais de reféns. Na Bahia, como ocorreu em Roraima com a Raposa Serra do Sol, brasileiros trabalhadores estão sendo expulsos da terra onde estavam há gerações. A crítica à Funai é que só antropólogos determinam a política indigenista. Recentemente, em audiência na Câmara, o ministro da Justiça falou em fortalecimento da Funai, mas até agora nada se fez. A pretexto de incluir os excluídos, exclui-se os incluídos. Candidata, somos ou não iguais em direito? Qual seria sua política indigenista?

De José Paulo para Aécio com comentário de Dilma:

– O governo federal criou por decreto o Conselho de Participação Social. É uma instância direta vista com apreensão por muitos setores: seria uma ameaça ao Congresso Nacional e consequentemente ao equilíbrio institucional. Seria uma bolivarização do Brasil nos moldes chavistas e agora a própria candidata acaba de lançar a ideia de um plebiscito para fazer a reforma política, o que, me parece, deixa de lado o Congresso Nacional. Como o candidato vê a movimentação dessas peças no tabuleiro político?

(Aécio, é claro, surfa na onda da “preocupação” em “garantir a democracia”, mas Dilma dá uma boa resposta: “É estarrecedor que se considere plebiscito algo bolivariano. Então a Califórnia pratica o bolivarianismo.”)

De Boris para Marina com comentário de Aécio:

– Setores da economia criticam o que classificam, candidata, de seu “radicalismo ambientalista”. Segundo eles, esse tipo de posição tem criado obstáculos para o desenvolvimento da economia do país. Citam o exemplo da usina de Belo Monte, que poderia produzir 11 mil megawatts e, por exigências ambientais consideradas exageradas, só vão produzir 4 mil. Como a senhora responde a essas críticas?

De José Paulo para Everaldo com comentário de Aécio:

– Os candidatos de oposição temem perder votos com posições que não sejam favoráveis à manutenção dos programas sociais do governo, que acabam sendo cabos eleitorais importantes, e nisso exageram, prometendo aumentar os benefícios que no fim vão pesar na carga tributária já elevada, como é o caso da Poupança Jovem do candidato Aécio. Se há uma justificativa a curto prazo para incluir os brasileiros menos favorecidos, quando é que vamos ensiná-los a pescar?

(Até o Aécio acha Zé Paulo reaça demais neste momento.)

De Boris para Eduardo Jorge com comentário de Dilma:

– Por considerar um assunto importante e grave, que envolve a liberdade no país, vou voltar à questão do controle social da mídia. O partido da presidente, o PT, insiste num plano de censura à imprensa, que eufemisticamente chama de democratização da mídia. A bem da verdade, a presidente Dilma, a candidata Dilma, não adotou, criou uma barreira, não tem colocado em prática, apesar da insistência do partido, essa ideia. Eu queria perguntar: se eleito, o candidato Eduardo Jorge vai levar esse plano adiante?

(Eduardo Jorge, para riso geral, diz concordar com Dilma.)

Quando vejo os planos dos coronéis da mídia para o Brasil, transmitidos por seus funcionários em um debate supostamente jornalístico e “imparcial”, percebo o quão diferentes são minhas críticas ao governo Dilma das deles. Percebo o quanto minha ideia, meus sonhos de País, se diferenciam dos proprietários dos meios de comunicação como a Rede Bandeirantes.

Critico a Dilma porque ela precisava ser mais atenta à questão indígena e à ambiental –a mídia acha que Dilma precisava ser ainda mais permissiva com os fazendeiros e o grande poder econômico (e o mesmo desejam de Marina).

Critico a Dilma por não ter concretizado a democratização da mídia, pondo fim à propriedade cruzada dos meios de comunicação, por exemplo, proibida em vários países. Isso nada tem a ver com censura –eufemismo quem usa são eles, ao dizer que democratizar a mídia é censurar. Os donos da mídia não querem a democratização porque temem perder seu poder, derivado do fato de que menos de uma dúzia de famílias (como os Saad, da Band) detém a maioria dos meios de comunicação no País.

Aplaudo o PT pelos programas sociais que incluíram milhões de brasileiros e acho que deve haver cada vez mais inclusão –a mídia acha os programas sociais, assim como as cotas nas universidades, desnecessários e excessivos.

Critico o PT por não ter batalhado mais pela reforma política e aplaudo a iniciativa de propor um plebiscito para fazê-la –a mídia aponta o plebiscito como “antidemocrático”, sendo que ouvir a população sobre este tema seria justamente o contrário. Curioso é que eles são contrários a ouvir a população sobre a reforma, mas foram a favor de plebiscito para dar direito às pessoas de terem armas… No fundo, não querem a reforma política porque são contra o financiamento público de campanha. A mídia sabe que o financiamento privado favorece os candidatos com maior poder econômico –os seus–, e portanto é melhor que continue assim.

O País dos reaças da mídia não me interessa. Ele é pior do que o que temos hoje. Mais injusto, mais desigual, mais concentrado nas mãos de poucos. Exatamente como a própria mídia.



Carta Capital

Cartel do metrô: Serra é formalmente investigado



Ex-governador de São Paulo José Serra faz parte da lista de 28 pessoas intimadas pelo delegado Milton Fornazari Junior para apurar o caso de conluio de multinacionais, denunciado pela Siemens, que atuou em governos do PSDB desde a gestão de Mario Covas (1998); a PF quer saber se Serra agiu a favor da CAF e Alstom, conforme indicam e-mails e o testemunho do executivo Nelson Branco Marchetti; depoimento foi marcado para 7 de outubro, dois dias após o primeiro turno das eleições; tucano lidera a disputa para o Senado em São Paulo

29 de Agosto de 2014 às 06:39




247 - A Policia Federal classificou o ex-governador José Serra entra os investigados no caso do cartel de trens e metrô em São Paulo.
Pela primeira vez, Serra faz parte da lista de 28 pessoas intimadas pelo delegado Milton Fornazari Junior para apurar o caso de conluio de multinacionais, denunciado pela Siemens, que atuou desde a gestão de Mario Covas (1998).

O ex-governador de São Paulo e atual candidato do PSDB ao Senado foi intimado a depor no 7 de outubro, dois dias após o primeiro turno das eleições.

As investigações querem saber se ele atuou a favor das multinacionais CAF e Alstom, conforme indicam e-mails e o testemunho do executivo Nelson Branco Marchetti. Serra e o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella teriam pressionado a Siemens a desistir de medidas judiciais para anular a vitória da espanhola CAF, em um certame para o fornecimento de 320 vagões. Caso a alemã avançasse nas ações judiciais, Serra anularia a licitação, segundo o delator.

Assessoria de Serra disse que "estranha muito a inclusão do nome dele nesse inquérito às vésperas da eleição, sobretudo depois que o Ministério Público Estadual, e até o procurador-geral de Justiça, arquivaram a mesma investigação".

Leia aqui reportagem de Lilian Venturini sobre o assunto. 
 
 
Brasil 247

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O dia em que o governo praticou o 'bateu, levou'



Diante do aperto no círculo de críticas, governo e PT começam a executar estratégia de rebater cada uma delas; ministro Guido Mantega respondeu a artigo do ex-presidente do BC Armínio Fraga no jornal Folha de S. Paulo; "Não entregou a meta de inflação", lembrou o chefe da política econômica; em seguida, para não deixar sem comentários afirmação de Marina Silva de que pretende governar "com os bons do PSDB e do PT", presidente Dilma Rousseff retrucou que a escolha correta é pelo "compromisso que a pessoa tem"; indo adiante, Dilma assinalou que "os bons deste País têm compromissos com a distribuição de renda e a inclusão social"; fechando a quinta-feira de 'bateu, levou', presidente de PT mandou para a Justiça Eleitoral vídeo adulterado em que ex-presidente Lula é visto como se apoiasse postulante do PSB; "Fraude", resumiu Rui Falcão; agora vai?

28 de Agosto de 2014 às 22:06




247 – Dois dias depois de a presidente Dilma Rousseff ter sido cercada de críticas à direita e à esquerda, no debate entre candidatos a presidente organizado pela Rede Bandeirantes, o governo parece ter entrado em regime de ordem unida para responder, na mesma moeda, aos ataques da oposição. Ao menos foi o que fizeram nesta quinta-feira 28, diante de três diferentes disparos, a presidente Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, e o presidente do PT, Rui Falcão. Sem meias palavras, deixando claro seus alvos mas sem citá-los nominalmente, eles passaram a mensagem de que o tempo das provocações sem resposta pode ter ficado para trás.

Quem tomou a dianteira de enfrentar um dos temas em debate no dia foi Mantega. Para marcar a posição de agora candidato oficial a ministro da Fazenda, após ter seu nome assegurado pelo presidenciável Aécio Neves, do PSDB, o ex-presidente do BC Armínio Fraga publicou duro artigo no jornal Folha de S. Paulo. Destacando que "populismo e mentira são inimigos da democracia", Fraga atribuiu sete "mentiras" econômicas que atribuiu ao PT, partido que "adota uma retórica populista e agressiva para marcar suas posições".

MANTEGA NÃO FEZ QUE NÃO VIU - Em entrevista coletiva a jornalistas em Brasília, ele procurou pelo assunto e avançou na crítica a Fraga, citado de maneira jocosa:

- Tem um candidato aí que era presidente do Banco Central e não entregou a meta de inflação, disse o ministro. Ele não se esquivou da discussão ideológica por detrás do debate sobre a política econômica:

- Estão falando que vão combater a inflação de forma radical e podemos voltar aos juros estratosféricos do passado, que só o setor financeiro leva vantagem, e nada para a produção, continuou. "Impedimos a valorização cambial porque muita gente usou a valorização como âncora para baixar inflação, e nós não fizemos isso, que eu chamo de populismo cambial".

- Até poderão ser bem-sucedidos, mas vão criar recessão, desemprego e a população vai regredir. Tudo isso que a população avançou, corre o risco de ser revertido, é perigoso. É melhor que deixem claro para a população.

BONS PARA QUEM? - Poucas horas depois da rebatida de Mantega, a própria presidente Dilma Rousseff se dirigiu de maneira velada, com críticas, à adversária Marina Silva. De olho em ampliar seu eleitorado, a candidata do PSB disse no debate entre candidatos a presidente organizado pela Rede Bandeirantes, na terça-feira 28, que pretende governar com "os bons do PSDB e do PT".

Diante de trabalhadores rurais reunidos em efento organizado pela Contag, em Brasília, Dilma chamou o assunto para si:

- Achar os bons sem um parâmetro de aferição não está certo, demarcou a presidente. "Para mim, os bons são aqueles que têm compromisso com a distribuição de renda e a inclusão social, assinalou.

REAÇÃO RÁPIDA - A marcação de cada movimento da oposição incluiu também uma ação rápida do comando nacional do PT, que acionou a Justiça Eleitoral e o Ministério Público para investigar a fraude em um vídeo gravado pelo ex-presidente Lula. Ele teve seu pedido formal de votos, feito para o horário eleitoral gratuito, à candidata ao Senado Marina Sant'Anna (PT-GO) transformado, por truque de edição, num apoio a Marina Silva. Até os logotipos da campanha dela foram inseridos no vídeo em que Lula aparece:

- Isso é uma fraude, resumiu Falcão, que fez a acusação em entrevista coletiva na sede nacional do partido, na capital federal. O que poderia ter sido levado como uma piada, o PT encarou, em razão do potencial de risco, como um crime eleitoral.

As três manifestações configuram o início de um novo momento na eleição presidencial. Este em que, frente aos reptos lançados pela oposição, como é típico em qualquer campanha, o governo vai assumir a conhecida postura do 'bateu, levou'. Com isso, a eleição só tende a esquentar em debate e ganhar profundidade na explicitação de ideias e posições. 
 
 
Brasil 247

Brasil tem mais de 202 milhões de habitantes, diz IBGE

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante
 
   
Brasil tem mais de 202 milhões de habitantes, diz IBGEMarcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil tem uma população de 202.768.562 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados hoje (28) no Diário Oficial da União. O estado mais populoso, São Paulo, tem 44,03 milhões de habitantes. Já no estado menos populoso, Roraima, vivem 496,9 mil pessoas.

Saiba Mais
Maior cidade do país, São Paulo tem 11,89 milhões de habitantes

Os dados do IBGE são estimativas de população no dia 1º de julho de 2014. Além de São Paulo, cinco estados têm mais de 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (20,73 milhões), Rio de Janeiro (16,46 milhões), Bahia (15,13 milhões), Rio Grande do Sul (11,21 milhões) e Paraná (11,08 milhões).

Na lista dos lista de unidades da federação com mais de 5 milhões de pessoas, estão seis estados: Pernambuco (9,28 milhões), Ceará (8,84 milhões), Pará (8,08 milhões), Maranhão (6,85 milhões), Santa Catarina (6,73 milhões) e Goiás (6,52 milhões).

Apenas dois estados têm menos de 1 milhão de habitantes, além de Roraima: Amapá (750,9 mil) e Acre (790,1 mil).

As demais unidades federativas têm as seguintes populações: Paraíba (3,94 milhões), Espírito Santo (3,88 milhões), Amazonas (3,87 milhões), Rio Grande do Norte (3,41 milhões), Alagoas (3,32 milhões), Piauí (3,19 milhões), Mato Grosso (3,22 milhões), Distrito Federal (2,85 milhões), Mato Grosso do Sul (2,62 milhões), Sergipe (2,22 milhões), Rondônia (1,75 milhão) e Tocantins (1,5 milhão).
 
 
Agência Brasil

Marineiros fraudam vídeo de Lula e espalham na rede



Ex-presidente aparece pedindo votos para "Marina, que eu conheço há mais de 30 anos", em vídeo com logotipos da campanha de Marina Silva, do PSB, no início e no fim; "Ela é a mais preparada para levar adiante os programa sociais do governo"; trata-se, porém, de uma fraude; a Marina a qual Lula se refere é a candidata à reeleição como deputada federal Marina Santana (PT-GO); Instituto Lula e PT mobilizam áreas jurídicas para definir atitude a tomar; presidente Rui Falcão falará sobre a adulteração em Brasília; o que parece uma brincadeira é, na verdade, crime eleitoral; suspeitas recaem sobre quem se beneficia da fraude do apoio do maior cabo eleitoral do País

28 de Agosto de 2014 às 14:28




247 – Uma fraude eleitoral está circulando na internet. Envolve ninguém menos que o maior cabo eleitoral do País, o ex-presidente Lula e, por todos os ângulo que seja visto, beneficia a candidata a presidente Marina Silva, do PSB. Uma gravação oficial de Lula para o horário político do PT, no qual ele pede votos para a deputada federal Marina Santana (PT-GO), candidata a mais um mandato, que foi adulterado antes do início e do fim, com os acréscimos do logotipo de campanha de Marina.

- Eu conheço a Marina há trinta anos, diz Lula. "Ela é a mais preparada para levar adiante os programas sociais do governo e fazer a reforma política".

No curso do vídeo, não fica claro, à primeira vista, se Lula falou o nome inteiro da candidata a deputada ou apenas o primeiro nome, como está no vídeo sociais. Não é difícil, com recursos de edição, tirar uma palavra da boca de um personagem. O certo é que, na peça fraudada, Lula diz que Marina "vai fazer um grande trabalho no governo federal".

A dimensão do alcance do vídeo falso ainda não pode ser medido, mas já mobiliza os departamentos jurídicos do PT e do Instituto Lula. O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, convocou uma entrevista coletiva às 15h00, na sede nacional do partido, em Brasília, para falar das providências que poderão ser tomadas.

A primeira suspeita de autoria recai, inevitavelmente, sobre os marineiros. A candidata, no debete entre presidenciáveis, na Rede Bandeirantes, elogiou Lula, a quem atribuiu, assim como ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "visão estratégica". Mas não houve de Lula nenhuma frase pró-Marina, quanto mais um depoimento formal para passar em horário político. Se foi brincadeira, Lula não achou a menor graça. E tanto ele como o PT devem manifestar, nesta tarde, que houve crime eleitoral. 

Assista:




Brasil 247

STF deve barrar Arruda em definitivo antes de eleição



José Roberto Arruda (PR) diz que só não há jeito para a morte e recorre ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de reverter a impugnação de sua candidatura julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral por 6 votos a 1. No entanto, ministros das duas cortes afirmam que todos os recursos deverão ser apreciados até 5 de outubro, a tempo de barrar em definitivo a candidatura do ex-governador

28 de Agosto de 2014 às 11:32




Brasília 247 - O ex-governador José Roberto Arruda (PR), candidato ao Governo do Distrito Federal, afirmou ontem (27) que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que negou o registro de sua candidatura. "Só não há jeito para a morte. Enquanto temos chance de recurso, por mais difícil que seja, me mantenho na luta", afirmou aos correligionários. No entanto, como informa o Blog do Kennedy, ministros do TSE e do STF afirmam que todos os recursos deverão ser apreciados até 5 de outubro, a tempo de barrar em definitivo a candidatura de Arruda.

O TSE fixou, inclusive, uma nova tese segundo a qual os casos de inelegibilidade poderão ser julgados por instâncias ordinárias após o requerimento de registro de candidatura, acabando com a brecha da legislação que permitiu a Arruda seguir até aqui. Os advogados de defesa do candidato alegam que sua condenação em segunda instância no julgamento do mensalão do DEM ocorreu após a data de solicitação do registro de candidatura junto à Justiça Eleitoral.

Por 6 votos a 1, o TSE impugnou a candidatura de Arruda com base na Lei da Ficha Limpa, pelo fato do ex-governador ter sido condenado por improbidade administrativa por órgão colegiado de Justiça. Arruda já havia sido considerado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF).

Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com a negativa do TSE, para seguir como candidato, Arruda terá de obter uma decisão favorável no STF. O ex-governador também poderá tentar, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), um recurso para suspender sua condenação do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT).

Na última pesquisa Ibope, divulgada no dia 26, Arruda tem 37% das intenções de voto. A seguir aparecem empatados em segundo lugar Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), ambos com 16%. 
 
 
 
Brasil 247