sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O cenário eleitoral não mudou em Pernambuco. Vai mudar tanto no Brasil?

15 de agosto de 2014 | 13:32 Autor: Fernando Brito



A Folha começa a divulgar hoje o resultado das pesquisas estaduais que estava fazendo no dia da morte de Eduardo Campos.

Todas elas sondaram, também, a intenção de voto para Presidente.

Os questionários foram aplicados entre 12 e 14 de agosto, segundo o registro no TSE ou dias 12 e 13, como diz a Folha.

Num caso ou noutro, sofreram os efeitos da morte de Eduardo Campos.

Não se sabe se e o quanto foram abandonadas as questões referentes a ele, a partir do fim da manhã do dia 13, quando todos ficaram sabendo do trágico acidente.

O Datafolha anunciou, apenas, a suspensão da divulgação destes resultados, embora certamente os tenha para consumo próprio.

Mas continuaram as pesquisas para governador e, ao menos em um estado da federação, seria de esperar uma mudança: Pernambuco.

E, mesmo com a comoção natural e esperada, ali o quadro não mudou em favor do candidato indicado por Eduardo Campos.

Se tivesse havido súbita alteração na tarde do segundo dia, qualquer estatístico sério teria mandado suspender a coleta, porque saberia que já não era verdadeira como reflexo da opinião pública.

E o que ela mostrou?

Paulo Câmara, que tinha 11% no levantamento divulgado há 15 dias pelo Ibope, aparece com 13% no Datafolha, dentro da margem de erro.

Seu opositor, Armando Monteiro Neto, que apóia Dilma, tem agora 47%, ante os 43% que lhe atribuía ao Ibope.

Desculpem-me os estatísticos, mas o espetacular impacto nas pesquisas da trágica morte de Eduardo Campos – que a mídia e a direita antecipam e não se pejam de pesquisar antes mesmo de seu sepultamento, numa atitude mórbida – não apareceu onde mais deveria aparecer: no seu Estado, onde era o líder nas pesquisas e, inegavelmente, a maior figura política.

Uma pesquisa em meio a acontecimentos desta grandeza, estatisticamente, tem pouca validade, porque sob o impacto da comoção.

Mas, se nem sob ele, captado ao menos em perto da metade dos questionários aplicados, produziu efeito zero em Pernambuco, é de duvidar que, onde Eduardo Campos representava menos em peso eleitoral possa ser um tsunami, avassalador como diz Eliane Cantanhêde.

Quem tiver caráter, decência e prudência não arriscará palpites vazios, sobre um quadro sucessório que terá de se redefinir.

Mas fica, para quem quiser abrir o olho, o efeito zero em Pernambuco, registrado pelo próprio Datafolha, como indicador do que quiser se fazer de manipulação.
 
 
Tijolaço

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