3 de março de 2015 | 09:16 Autor: Fernando Brito
Ontem, o senhor Rodrigo Janot deixou de lado sua habitual discrição e foi possar para fotos, – ridículas para qualquer um que não esteja dominado pelo espetáculo circense em que as coisas se transformam aqui – segurando um cartaz patético sobre ser a “esperança do Brasil”.
O que não é, segundo sei, papel do Ministério Público, a quem cabe ser o fiscal da lei e não o de “gerador de memes”para grupinhos militantes.
Imagine se a “manifestação” (20 pessoas, admitem os jornais) fosse de apoiadores do Governo.
O Dr. Janot seguraria um cartaz dizendo que ele era “esperança do Brasil”?
Aliás, isso fica bem (e olhe lá!) em candidatos, não em procuradores da República.
Janot, quando muito, deveria ser a esperança de uma investigação isenta e profissional, atada aos fatos e não aos factóides.
Austeridade, Dr. Janot, é sempre boa companhia para autoridades públicas, até porque a vaidade também corrompe nossas almas,embora isso não se inscreva no Código Penal.
O senhor é um Procurador da República, representante de toda a sociedade nos tribunais, com prerrogativas e poderes bem definidos.
Um deles é não estar acima da lei e da isenção e impessoalidade que se impõe a qualquer servidor público.
A “pérola” dita por ele do “eu me investigo” é das de se inscrever em qualquer bestialógico.
Como ninguém o acusa de nada, a não ser de ter dado uma “escorregada” no terreno da vaidade e do pouco decoro no episódio de ontem, é apenas mais um triste capítulo na auto-suficiência que passou a levar juízes e promotores ao paroxismo no Brasil.
O Dr. Janot não está participando de uma festinha promocional.
Nunca é demais lembrar e Vara Judicial não é “pau de selfie”.
Tijolaço
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