11 de março de 2015 | 17:41 Autor: Fernando Brito
O gráfico aí de cima é uma evidência.
A linha verde é a valorização do dólar ante o Real.
A azul, a do dólar sobre o Euro, a moeda da Europa e que muita gente boa ainda acha mais sólido, como padrão internacional, que a moeda de George Washington.
Verifique: quase iguais!
Você acha que 30% de valorização do dólar, em poucos meses, “bagunça” a economia brasileira e torna inseguras as decisões de investimento?
Agora imaginem na velha Europa, acostumada à estabilidade monetária…
E para o exportador ou importador, a diferença que fazem contratos firmados em dólar ou em euro?
E as empresas daqui, estimuladas pelas taxas baixas lá fora e pelas altas taxas exigidas aqui dentro?
Mas nossa imprensa trata a crise mundial como se fosse “uma desculpa” de Dilma Rousseff.
E a alta do dólar como insegurança sobre o poder de Eduardo Cunha e Renan Calheiros de criarem obstáculos ao ajuste fiscal, em meio à Operação Lava Jato.
Este é o nível de informação que tem o brasileiro através de sua imprensa, nas páginas de economia.
O câmbio livre é, na prática, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o dólar controlando o valor das outras moedas.
Um processo contra o qual só se tem – ainda assim, minimamente – a defesa de formar imensas reservas internacionais, os tais “colchões de liquidez”, com os quais China, Japão, Reino Unido, Brasil e os países árabes – nesta ordem – subsidiam os juros baixos dos EUA.
Que, em matéria de déficit público- aqui, o pior dos pecados mortais – dão de goleada em qualquer um: 5,5% do PIB, enquanto aqui 0,1 ou 0,2% são motivos para pendurar um governante na forca.
Este é o equilíbrio do “mercado livre”, a ordem natural das coisas: os Estados Unidos, quando não mandam com armas, mandam com a moeda.
Tijolaço
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