Assim como no 11 de Setembro de 2001, a sexta-feira 13 de ontem deverá provocar reações fortes no mundo inteiro; na França, além do fechamento de fronteiras e do estado de emergência, medidas inéditas desde a Segunda Guerra Mundial, o presidente François Hollande culpou o Estado Islâmico pelo que chamou de "ato de guerra" e prometeu "combate implacável ao terror"; na questão síria, a França se aliou aos Estados Unidos e tem defendido a queda do regime de Bashar Al-Assad; bombardeios do Ocidente destruíram o país e fomentaram a crise dos refugiados, que já levaram mais de 800 mil pessoas à Europa apenas neste ano; conflito se tornou mais complexo desde que o presidente russo, Vladimir Putin, passou a também combater o Estado Islâmico, subproduto dos bombardeios, e recebeu Assad em Moscou; nova Guerra Fria poderá desencadear embates ainda mais perigosos
14 DE NOVEMBRO DE 2015 ÀS 06:26
247 – Assim como o 11 de Setembro de 2001 serviu como pretexto para a 'Guerra ao Terror', que levou à invasão do Iraque e à derrubada do regime de Saddam Hussein, numa iniciativa liderada pelo governo de George W. Bush, nos Estados Unidos, a sexta-feira 13 de ontem também deverá ter grandes repercussões no mundo.
Neste sábado, o presidente francês atribuiu os atentados ao Estado Islâmico e os classificou como "ato de guerra" – o que significa que a França irá reagir no campo militar. Além disso, ele prometeu liderar uma "caçada implacável aos terroristas".
Os efeitos serão sentidos também no campo das liberdades individuais. Ontem, Hollande, decretou o fechamento de fronteiras e o estado de emergência, medidas inéditas desde a Segunda Guerra Mundial. Entrar e sair da França será mais difícil e toda a população, seja ela de moradores ou turistas, será permanentemente vigiada.
Com os atentados em série de ontem, que provocaram um banho de sangue em Paris, a questão síria será colocada no centro dos debates internacionais. Há vários anos, os Estados Unidos vêm tentando derrubar, sem êxito, o regime de Bashar al-Assad, com sua política de apoio logístico, financeiro e material a grupos de oposição ao regime – o que criou, como subproduto, o Estado Islâmico.
Nessa empreitada, a França se aliou ao Ocidente nos bombardeios à Síria, numa guerra que é a principal razão para a crise dos refugiados, que, apenas em 2015, já enviou mais de 800 mil pessoas desesperadas à Europa.
Na noite de ontem, uma revista que monitora grupos jihadistas, anunciou que o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. Além disso, há rumores de que os terroristas teriam gritado as palavras Iraque, Síria e vingança, antes dos disparos no Bataclan.
O conflito sírio, no entanto, se tornou mais complexo desde que o presidente russo, Vladimir Putin, passou a também combater o Estado Islâmico – só que em parceria com o presidente Assad, que foi recebido em Moscou, e não em oposição a ele.
Depois de ontem, a nova Guerra Fria poderá desencadear conflitos ainda mais perigosos.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a reação de Hollande:
Hollande promete "combate implacável" contra terrorismo
Da Agência Lusa
O Presidente francês, François Hollande, afirmou hoje que a França vai lançar um combate implacável contra o terrorismo, na sequência dos ataques de sexta-feira, em Paris, que provocaram mais de 120 mortos.
"Vamos liderar o combate, que será implacável", disse Hollande em frente à sala de espetáculos Bataclan, onde mais de uma centena de pessoas foram mortas a tiros durante um concerto.
Hollande afirmou também que a França "não se deixará impressionar pelo sucedido" e vai manter-se unida.
Pelo menos quatro pessoas morreram nas explosões nas imediações do Estádio de França, em Saint-Dennis, norte de Paris, três dos quais são terroristas, anunciaram as autoridades francesas.
Segundo a polícia de Paris, outros quatros terroristas, que atacaram a sala de espetáculos Bataclan, também morreram, três dos quais depois de se fazerem explodir. Os ataques provocaram mais de 120 mortos.
Brasil 24/7
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