POR FERNANDO BRITO · 07/12/2015
As cabeças mais espertas do PMDB já perceberam que, até por falta de capacidade de vencer, não é em seu próprio partido que Michel Temer quer se consolidar como alternativa de poder.
É com o PSDB, como pode ser visto por seu pressuroso encontro com Geraldo Alckmin e pela entrevista de José Serra, na Folha.
Serra, é claro, adere à mesma tese de que “o impeachment não tem nada a ver com o Cunha” :
“A prerrogativa de dar início ao processo não é dele, pessoa física. É do cargo que ele ocupa. E se a decisão de dar início ao pedido de impeachment foi dele, a partir de agora, todas as decisões serão coletivas, por maioria.”
Realmente é preciso uma barragem da Samarco de cinismo para dizer que o processo foi iniciado “pelo cargo” e não pelo acusado de uma montanha de falcatruas que se viu nu na praça e sem apoio para conservar o mandato.
Não se sabe o que está sendo oferecido a Temer, além de ser , por algum tempo, a “rainha da Inglaterra” de um eventual governo tucano onde interessa: na economia.
Pode ser, não descartem, o Governo de São Paulo, como sucessor de Alckmin.
É pouco importante especular sobre os apetites do PSDB e sobre as ambições de Temer.
Se ele não pode ser “escanteado” afrontosamente, não é por seu intermédio que se obterá o apoio do PMDB para bloquear o golpe na Câmara.
A estratégia desesperada da meia dúzia de “coxinhas” que adotam, na porta das casas dos deputados peemedebistas e nas redes sociais, com eles e vários outros evidenciam a estratégia de fazer coincidir a recusa ao golpe com o apoio político e pessoal a Dilma deixa muito claro o que pretendem.
A resposta política na opinião pública, para desespero da oposição cínica é a obvia identidade entre impeachment e Cunha.
Tem tudo para ganhar a rua.
Contra o cinismo, nada tem mais força que a verdade.
Tijolaço
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