Em setembro do ano passado, a imprensa brasileira repercutiu com estardalhaço trechos do esboço de delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras; a acusação era que a campanha de Lula em 2006 havia recebido R$ 4 milhões da Odebrecht em contrapartida por obras na refinaria de Pasadena – o que mereceu até capa da revista Época; agora, sabe-se, pelo Valor Econômico, que esta informação não consta da delação oficial de Cerveró; ou seja: enquanto negociava seu acordo, Cerveró esquentava as acusações; ao ter que falar oficialmente, retirou a pimenta que fez a festa da imprensa engajada na destruição de Lula e das empreiteiras nacionais
14 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 08:43
247 – Uma reportagem desta quinta-feira do jornal Valor Econômico comprova como a imprensa brasileira é facilmente manipulável por vazamentos seletivos de processos judiciais.
Em setembro do ano passado, a imprensa engajada na destruição do ex-presidente Lula e das empreiteiras nacionais reagiu com estardalhaço a um vazamento que dizia respeito ao esboço de delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras.
Nos documentos, dizia-se que a campanha de Lula em 2006 havia recebido R$ 4 milhões da Odebrecht em contrapartida por obras na refinaria de Pasadena – o que mereceu até capa da revista Época (relembre aqui).
Agora, sabe-se, pelo Valor Econômico, que esta informação não consta da delação oficial de Cerveró (leia mais aqui).
Ou seja: enquanto negociava com os procuradores seu acordo de delação premiada, Cerveró esquentava as acusações. Ao ter que falar oficialmente, retirou a pimenta que fez a festa da imprensa.
Ouvidos pelo Valor Econômico, representantes do Ministério Público afirmaram ser normais eventuais discrepâncias entre propostas de delações – e as delações oficiais. Na prática, é como se o trailer de um filme fosse mais picante do que a produção final.
Além disso, além de servir para o esforço de desconstrução de Lula, a "propina de R$ 4 milhões em Pasadena", também contribuiu para a desmoralização da Odebrecht, cujo presidente, Marcelo, continua preso.
Brasil 24/7
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