O Senado aprovou, por 33 votos a 31 a tramitação em regime de urgência do PLS 131, de José Serra, que retirar o percentual mínimo de 30% da Petrobras na exploração das jazidas de petróleo do pré-sal.
Qualquer pessoa que não seja obturada verifica duas coisas. Não precisa sequer ser nacionalista ou de esquerda.
Primeiro, que não pode haver urgência em vender jazidas de petróleo num momento em que o barril roda pelos 30 dólares e nenhuma petroleira está pondo um tostão em novas explorações.
Segundo, porque o pré-sal é, entre todas as frentes exploratórias da Petrobras, a que une maior volume como maior produtividade e menores custos: US$ 8 dólares por barril, excetuados impostos e taxas. E, ainda, produção ascendente, porque nossa segunda maior jazida – o pós sal da Bacia de Campos – é antiga e está em declínio.
É tão promissor o pré-sal que, anteontem, a Agência Internacional de Energia, da ONU, será uma das únicas áreas que aumentará (e em 800 mil barris/dia) a produção até 2021. E sem novas frentes de investimento, apenas cumprindo – e em ritmo mais lento – os compromissos já assumidos.
Tudo está desenhado para que, amanhã, se consume a punhalada nas costas do Brasil.
O cinismo de Serra diz que é, coitada, para “aliviar” a Petrobras do “esforço” de tirar petróleo de onde todos sabem que há, aos montes. E que o mais obtuso “analista de mercado” sabe que não é hora de correr, a qualquer preço, para tira-lo de lá.
Os ladrões da Petrobras, o juiz Sérgio Moro e a covardia de parte do Governo prepararam o terreno para que a reação seja difícil.
Difícil, mas não impossível.
A diferença, hoje, mostra que não será tão fácil fazer maioria amanhã.
Ainda haverá a Câmara, este desastre cunhal.
E o veto, porque sem vetar um crime destes o governo brasileiro assinará sua sentença de morte.
Há seis anos, José Serra prometeu a Patricia Pradal, feitora da Chevron no Brasil, que devolveria às multinacionais o nosso maior tesouro mineral.
Está a um passo de cumprir o que prometeu.
E, se o conseguir, será para sempre maldito.
Por que? As palavras de meu professor Nilson Lage, no Facebook, explicam:
Não escolhemos a Pátria, ela que nos escolhe. Não é uma camisa, uma canção, um time ou uma escola de samba: ainda que queiramos fugir, não nos livramos dela.
A pátria está em nós e isso é evidente: nos deu nome, profissão, carreira, estado civil, títulos, imagem pública, cultura partilhada, os gestos; a língua materna e, por meio dela, o testemunho peculiar do mundo.
O homem sem pátria é sempre o estrangeiro – o último a ser aceito, o primeiro a ser excluído. Há milhões deles vagando pelo mundo. Sozinho, diferente, entendendo mal o que dizem e o que fazem em torno, fará sacrifícios, tentará juntar ouro e bens que lhe deem ilusão de segurança e empenhará todo esforço para dar a melhor formação aos filhos para que tenham uma pátria – coisa preciosa que tanto lhe fez falta.
A maioria de nós conhece essa história de tragédia e heroísmo; é a de nossos avós.
Serra e seu mentor, Fernando Henrique, tomara, possam ser condenados pela história apenas por tentativa de homicídio desta pátria-útero que nos formou e protegeu.
Tijolaço
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